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Alterações nos níveis séricos de lipoproteínas estão fortemente ligadas ao desenvolvimento de doenças ateroscleróticas, uma das principais causas de mortalidade global, com cerca de 200.000 mortes anuais atribuídas a complicações associadas. O tratamento das dislipidemias geralmente envolve o uso de fármacos hipolipemiantes, especialmente as estatinas, que inibem a enzima HMG-CoA redutase. Essa enzima catalisa a conversão de HMG-CoA em mevalonato, o primeiro passo da via de biossíntese do colesterol, cuja inibição leva à redução dos níveis de colesterol sérico. As estatinas podem ser sintéticas, como a atorvastatina, ou derivadas de fungos, como a sinvastatina (SIN). A SIN é um pró-fármaco classificado como um composto de Classe II do Sistema de Classificação Biofarmacêutica (BCS), apresentando baixa solubilidade sistêmica. Além da redução do colesterol, estudos sugerem que a inibição da via do mevalonato pela SIN pode causar estresse oxidativo, interferindo na síntese de ubiquinona (CoQ10), um componente essencial na fosforilação oxidativa. A administração simultânea de SIN e CoQ10 surge como uma estratégia potencialmente benéfica, já que a SIN reduz a produção de CoQ10. Contudo, ambos apresentam baixa biodisponibilidade, o que justifica o uso de abordagens avançadas para melhorar seus perfis de dissolução. Uma estratégia promissora é o uso de nanopartículas poliméricas, que aumentam a área superficial dos fármacos, melhorando a solubilidade e dissolução de moléculas insolúveis. Sistemas Supersaturados de Liberação de Fármacos são uma alternativa relevante, induzindo um estado transitório de supersaturação no trato gastrointestinal, o que pode aumentar a biodisponibilidade dos compostos. Neste estudo, nanopartículas híbridas foram desenvolvidas via self-assembly para encapsular SIN e CoQ10. As formulações foram avaliadas in vitro quanto ao perfil de supersaturação, comparando a SIN encapsulada com sua forma não encapsulada. O estado sólido das formulações foi analisado após liofilização para verificar a estabilidade das nanopartículas. Os resultados indicaram que a supersaturação aumentou em 10,56 vezes a solubilidade da SIN no meio FaSSGF, que simula o estômago, sugerindo uma melhora na solubilidade já nas primeiras fases do trato gastrointestinal. A liofilização contribuiu para a estabilidade das nanopartículas, e análises revelaram características amorfas nas formulações, o que pode melhorar ainda mais a solubilidade dos compostos. |
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