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Os microdanos se referem aos danos a nível microscópico que comprometem estruturalmente o osso. Eles servem de alvo para ação reparativa dos osteócitos, e meios para dissipação das forças aplicadas. (Francisquini, et al. 2020). Mas quando em excesso ou sob condições específicas, tornam o osso suscetível à fragilidade e risco de fraturas. (Dominguez, et al. 2019). O estudo objetiva avaliar a presença dos microdanos em osso mandibular de pacientes com lesões de diferentes naturezas, com comportamento distinto e identificar se existe uma relação entre a quantidade e morfologia destes danos com benignidade ou malignidade. A coleta das amostras ocorreu em dois momentos, a coleta in vivo, no transcirúrgico do tratamento das lesões, como na mandibulectomia dos carcinomas epidermóides (CEC) compondo o grupo das lesões malignas, em excisões de cistos ou neoplasias benignas (grupo das lesões benignas), e em extrações de terceiros molares de pacientes saudáveis para o grupo controle. Também se realizou a coleta in vitro, em mandíbulas excisadas com lesões e devidamente armazenadas. Os fragmentos ósseos foram processados, pela coloração e inclusão em blocos de resina, os quais possibilitaram o seccionamento e montagem dos cortes em lâminas de vidro. Os microdanos foram identificados segundo critérios preconizados por Charpulat e Delmas em 2009: tamanho intermediário, bordas afiadas circundadas por um halo brilhante, coloração deve atingir os planos mais profundos, e quando mudar de foco (em contraste de fase) deve ser possível identificar a profundidade do dano. Os parâmetros para estatística foram a extensão (Cr.Le) e densidade (Cr.D) dos microdanos. Os microdanos eram identificados em microscopia de fluorescência, confirmados em contraste de fase, e já mensurados em sua extensão. Para o cálculo da densidade, a quantidade de danos foi dividida pela área óssea total analisada, para isso, uma câmera acoplada em microscopia de luz permitiu a aquisição de imagens bidimensionais, que pelo uso do software gratuito ImageJ, possibilitou delimitar a área e calculá-la. O teste de Shapiro-wilk revelou distribuição não-normal para a maioria dos grupos, então optou-se pela utilização de testes comparativos não paramétricos. Kruskall-Wallis mostrou que a diferença do Cr.D entre os três grupos não foi significante, com p=0,5, e nem para o Cr.Le com p= 0,23.Logo, não foi encontrada diferença significante entre a densidade e o tamanho dos microdanos no osso não-patológico com o osso perilesional, das lesões benignas e malignas. E parece não existir uma relação entre a quantidade e morfologia dos microdanos lineares com a natureza da lesão. No entanto, foi notável a presença de microdanos com maior extensão no grupo do osso perilesional ao CEC, com um maior valor no desvio-padrão das medidas, e por isso mais estudos devem ser encorajados para um melhor entendimento da relação dos microdanos com a malignidade. |
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