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Objetivo: Estimar a associação entre a ocorrência simultânea de zumbido e dificuldade para ouvir e os sintomas depressivos em pessoas idosas de Florianópolis. Métodos: Estudo transversal, realizado com dados parciais da quinta onda do estudo de coorte EpiFloripa Idoso (2023/2024), com pessoas idosas de 60 anos ou mais que vivem em áreas urbanas do município de Florianópolis, SC. A variável dependente foi a ocorrência de sintomas depressivos, avaliada pela Escala Geriátrica de Depressão (GDS-15) (sim [6 pontos ou mais]; não), enquanto a variável independente foi a ocorrência simultânea de zumbido e dificuldade para ouvir (não referiu as duas condições; referiu apenas zumbido; referiu apenas dificuldade para ouvir; referiu zumbido e dificuldade para ouvir). Realizou-se análise de Regressão Logística, estimando-se as Odds Ratio e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). As análises foram ajustadas para sexo, faixa-etária, escolaridade e renda per capita. A quinta onda do estudo foi aprovada com número do parecer 5.725.273, e CAAE 63008222.6.0000.0121. Resultados: Foram analisados os dados de 639 participantes. Observou-se maior frequência do sexo feminino (62,3%) e pessoas de 70 a 79 anos (47,7%). A presença simultânea de zumbido e dificuldade para ouvir foi observada em 16,8% dos participantes, enquanto a presença de sintomas depressivos foi identificada em 21,6% da amostra. Os participantes que apresentavam simultaneamente zumbido e dificuldade para ouvir tiveram uma razão de chances de 2,04 (IC95%: 1,21 - 3,44) na análise ajustada, indicando 104% mais chance de apresentar sintomas depressivos (p=0,007). Indivíduos com dificuldade auditiva isolada apresentaram razão de chance ligeiramente menor, de 1,60 vezes, mas sem associação estatisticamente significativa (IC95%: 0,97 - 2,65; p=0,063). Da mesma forma, o zumbido também não demonstrou significância estatística (IC95%: 0,23 - 1,13; p=0,106). Conclusão: Os achados indicam que pessoas idosas com zumbido e dificuldade auditiva apresentaram 104% mais chance de ter sintomas depressivos. Esses resultados sugerem que a combinação dessas duas condições pode ter um impacto psicossocial mais profundo do que cada uma delas separadamente. Portanto, é essencial que os profissionais de saúde considerem a coexistência de zumbido e perda auditiva ao avaliar e tratar sintomas depressivos em pessoas idosas. |
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