Formação de professores, aparelhos privados de hegemonia e políticas educacionais: as relações capital - trabalho - educação na atualidade

Abstract

A pesquisa Formação de Professores, Aparelhos Privados de Hegemonia e Políticas Educacionais: as relações capital - trabalho - educação na atualidade, na qual fui bolsista no período de setembro de 2023 a agosto de 2024, sob orientação do Prof. Dr. Mauro Titton e contando com o apoio do CNPq, tem como objetivo: identificar a relação estabelecida entre os Aparelhos Privados de Hegemonia (APHs), os intelectuais orgânicos da burguesia e os Organismos Internacionais do capital na formulação das políticas educacionais brasileiras, em especial para a formação de professores. Enquanto bolsista, realizei atividades específicas que se constituem em me apropriar dos aspectos teóricos da pesquisa, identificar as orientações e políticas atuais para formação docente, participar do grupo de estudos do GIPE ao qual a pesquisa é vinculada, além de elaboração de artigo sobre um recorte da temática e de um relatório final. Para isso, por meio de pesquisa teórica e documental, escolhemos como meu objeto da pesquisa analisar a comissão que aprovou o Parecer n°4 CNE/CP, aprovado em 12 de março deste ano de 2024, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação Inicial em Nível Superior de professores, e o próprio documento, com base principalmente nas produções de Evangelista sobre o estudo das políticas educacionais e por meio da Plataforma Lattes. Deste modo, foi possível evidenciar que os membros do Conselho Nacional da Educação que aprovaram essas diretrizes possuem vínculos com instituições de ensino superior privadas e APHs, como o Todos Pela Educação (TpE), sendo então intelectuais a serviço dos interesses burgueses. No documento é possível constatar que não se rompe com a lógica da Pedagogia das Competências, já presentes nas diretrizes anteriores e na BNCC, que visa educar uma classe trabalhadora cada vez mais flexível e resiliente para sua exploração, além da defesa das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, um grande negócio para as grandes empresas tecnológicas, e das práticas como algo separado e acima das teorias. Concluímos que as políticas educacionais precisam ser entendidas junto das condições históricas e econômicas da sociedade capitalista, visto que a educação, em especial a pública, e a formação de professores possuem papel essencial para as necessidades do capital. A pesquisa científica se constitui portanto como fundamental para o entendimento desses processos e para a denúncia e superação de um projeto educacional de Estado no qual a educação é apenas mais uma mercadoria e um meio reprodutor da ordem social existente.