Contexto de trabalho, vivências laborais e saúde de servidores do Tribunal Regional de Santa Catarina

Abstract

Esta pesquisa de natureza mista teve como objetivo investigar a percepção de servidores públicos de uma organização do sul do país sobre o contexto de trabalho e suas vivências laborais. Na etapa quantitiva (foco deste relatório PIBIC), participaram 220 trabalhadores, sendo que 50,9% se identificaram como mulheres cisgênero, 55,5% tem idade entre 41 e 50 anos, 59,1% realizavam suas atividades de maneira presencial e 53,6% não ocupavam cargo de chefia. Além das questões demográficas e ocupacionais, foram utilizadas escalas para medir os construtos investigados. Os resultados, analisados por software estatístico, mostraram médias/medianas altas para recursos laborais, baixas para danos relacionados ao trabalho e moderadas para realização/expressividade no trabalho e capital psicológico. Os afetos positivos e negativos e o contexto de trabalho apresentaram médias/medianas no limite entre moderadas a baixas. Constatou-se diferença significativa entre as categorias de gênero nos escores de danos relacionados ao trabalho, nos quais mulheres cis relataram maior presença de danos. Também verificou-se que respondentes que atuam em posição de chefia apresentam significativamente maiores níveis de capital psicológico quando comparados aos respondentes que não possuem cargos de gestão. Ainda, aqueles lotados em zonas eleitorais apresentaram resultados mais negativos nas escalas EADRT, QRDT e EACT, quando comparados com os lotados na sede. Finalmente, servidores que trabalham presencialmente demonstraram níveis significativamente mais altos de realização e expressividade, em comparação com aqueles em teletrabalho. Em conjunto, os resultados pressupõem que futuras intervenções nesta realidade devem otimizar as variáveis do contexto de trabalho, possibilitando impactos positivos na saúde de servidores públicos.