Análise da dinâmica e da evolução do mercado de trabalho no estado de Santa Catarina entre 2001 e 2023

Abstract

O presente projeto de pesquisa buscou analisar a dinâmica e a evolução do mercado de trabalho em Santa Catarina no período entre 2001 e 2023. Para isso, foram desenvolvidos dois subprojetos, sendo o presente relatório fruto do primeiro deles, cujo objetivo é analisar o comportamento geral do desemprego e da ocupação no estado catarinense. Essa análise foi realizada à luz das transformações recentes do mundo do trabalho, em articulação com as mudanças recentes ocorridas na economia brasileira. Para tanto, foram utilizadas informações provenientes da PNAD Contínua. Tendo em vista as tendências do comportamento do mercado de trabalho catarinense desde o início do século XXI e as limitações dessa base de dados, a análise foi dividida em três períodos: de 2014 a 2019; 2020; e 2021 a 2023. De 2014 a 2019, o mercado de trabalho catarinense sofreu os impactos da crise econômica que se desdobrava no país, mais do que dobrando sua taxa de desemprego. O ano de 2020 ficou marcado pela chegada da pandemia da Covid-19. Entre os principais impactos no mundo do trabalho, destacam-se o aumento atípico da “inatividade”, condicionada pela queda acelerada da atividade econômica em setores intensivos em trabalho, pelos riscos envolvidos na pandemia, pelos reflexos das medidas de distanciamento social sobre as rotinas de trabalho, pelo aumento de fluxos de renda de outras fontes, dentre outros fatores. Esse movimento de transição para a inatividade de pessoas que perderam suas ocupações, ao invés de migrar para a população desocupada, foi um dos traços distintivos da crise instaurada no mercado de trabalho. Os impactos referentes à paralisação das atividades se distribuíram de forma heterogênea entre os diferentes setores de atividade, sendo mais prejudiciais nos segmentos mais intensivos em trabalho e que dependem da circulação de pessoas. Após esse período de intensa queda, verificou-se uma retomada da população ocupada no período entre 2021 e 2023, com destaque para o setor de serviços e alguns subsetores industriais, com crescimento na participação das ocupações informais. Contudo, a média de horas habitualmente trabalhadas permanece em patamar historicamente alto.