Percepção de enfermeiros brasileiros sobre estresse profissional e pessoal durante a pandemia de COVID-19

Abstract

Objetivo: Avaliar a perspectiva de enfermeiros brasileiros sobre as fontes de estresse relacionadas ao trabalho e a vida pessoal durante a pandemia de COVID-19 e se houve alterações nas distintas fases da pandemia. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, conduzido on-line. Considerando o escopo do macroprojeto Global Consortium of Nursing & Midwifery Studies (GCNMS) da Rory Meyers College of Nursing New York University, EUA, e Laboratório de Pesquisa, Tecnologia e Inovação em Políticas e Gestão do Cuidado e da Educação em Enfermagem e Saúde (GEPADES) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os dados utilizados neste estudo têm como foco o Brasil, a amostra foi composta por 308 enfermeiros brasileiros. Resultado: Na análise do material para a questão sobre fontes de estresse relacionado ao trabalho, foram identificadas 4 categorias: 1) Medo de contaminação pelo vírus e consequências pessoais; 2) Esperança e Desafios Relacionados à Vacinação; 3) Relações interpessoais e falta de recursos no ambiente de trabalho; 4) Sobrecarga de trabalho e falta de profissionais qualificados. Nas fontes de estresse pessoais foram identificadas 5 categorias: 1) Medo da Morte; 2) Trabalhar durante a pandemia; 3) Preocupações com a contaminação e proteção da família; 4) Minimização do estresse pela esperança e superação dos desafios; 5) Manutenção de vínculos e segurança financeira. Conclusão: A pandemia intensificou o trabalho dos enfermeiros, aumentando os fatores de estresse pessoal e profissional. Por isso, ações visando à saúde mental dos profissionais pós-pandemia são importantes para promover a recuperação emocional e resiliência