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O crescimento no consumo de alimentos industrializados, principalmente aqueles denominados como ultraprocessados, tem sido elencado como um dos principais fatores do aumento de doenças crônicas não-transmissíveis. Esses alimentos também são as principais fontes de aditivos na alimentação, cujo consumo pode ser prejudicial à saúde. Os aditivos alimentares são substâncias adicionadas intencionalmente aos alimentos para fins tecnológicos, como conservantes, corantes e antioxidantes, por exemplo. Tendo em vista a sua potencial toxicidade ao organismo humano, a FAO/OMS (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura da Organização Mundial da Saúde), por meio do Codex Alimentarius, estabelece recomendações para o uso e consumo de aditivos alimentares em âmbito mundial. No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamenta o uso de aditivos de acordo com as recomendações do Codex. Além disso, também determina que os aditivos devem ser notificados por meio da lista de ingredientes, um item obrigatório na rotulagem de alimentos, em listagem no final, não respeitando os critérios de quantidade decrescente que regem os demais ingredientes. Destaca-se que ainda são escassos na literatura científica os estudos que mapearam a presença de aditivos em alimentos industrializados, utilizando a rotulagem como fonte de informação. Neste sentido, o objetivo do presente projeto foi caracterizar a notificação de aditivos alimentares em rótulos de alimentos industrializados comercializados no Brasil em 2020. Trata-se de estudo observacional, transversal, descritivo e analítico. Como resultados, identificou-se que do total de alimentos industrializados analisados, 64,8% apresentaram aditivos notificados na lista de ingredientes. A classe funcional de aditivos que apresentou maior prevalência foi a classe de aromatizantes (35,2%), seguido da classe de conservantes, com 23,7%. A menor prevalência foi observada na classe de estabilizantes de cor, com 0,1%. Todos os grupos alimentares analisados apresentaram as seguintes classes funcionais: acidulantes, antioxidantes, aromatizantes, corantes e regulador de acidez. Os resultados podem contribuir no aprimoramento de políticas públicas de acompanhamento de qualidade nutricional de alimentos e de rotulagem de alimentos, bem como para o fornecimento de evidências científicas para embasar a prática profissional de nutricionistas e demais profissionais da saúde. Este é o relatório final de atividades da bolsista considerando a sua saída voluntária do projeto em 30 de Junho de 2024. |
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