Abstract:
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Zooplâncton é o termo usado para descrever pequenos organismos microscópicos que vivem à deriva nos oceanos, sendo, em sua maioria, transportados pelas correntes marinhas. Esses organismos desempenham um papel fundamental nos ecossistemas marinhos, pois são a base da cadeia alimentar. A saúde dos oceanos e a biodiversidade marinha dependem diretamente da biomassa de zooplâncton, que reflete a disponibilidade de energia em todo o sistema. Os estudos de biomassa de zooplâncton em ilhas oceânicas, como a Ilha da Trindade, é limitada devido ao isolamento geográfico e à distância da costa, localizada a mais de 1.200 km do litoral do Espírito Santo, no Atlântico Sul. Este estudo buscou analisar como a biomassa e a composição taxonômica do zooplâncton variam em diferentes épocas do ano ao redor da ilha, com coletas realizadas nos anos de 2019 e 2022. As amostras de zooplâncton foram obtidas por meio de arrastos superficiais com redes de plâncton de 200 µm de malha. No laboratório, elas foram processadas utilizando o Zooscan, um equipamento de classificação semi-automática que permite a contagem e identificação dos organismos, com validação pelo pesquisador. Em dezembro de 2019, os resultados mostraram uma biomassa zooplanctônica maior (466,12 ind/m³ ± 215,07), com a temperatura da água em torno de 28°C e salinidade de 35. Por outro lado, em abril do mesmo ano, foi registrada a menor biomassa (149,29 ind/m³ ± 82,23), o que sugere uma relação direta entre o aumento da biomassa e a temperatura da água. Em 2022, observou-se uma elevação na abundância de zooplâncton em abril (373,82 ind/m³ ± 210,38), com a predominância de copépodos, que chegaram a 608 ind/m³. Em junho de 2022, a biomassa sofreu uma queda acentuada (158,67 ind/m³ ± 77,03), coincidindo com um pico de salinidade de 40. Os resultados indicam que as variações na salinidade e na temperatura da água influenciam diretamente a biomassa zooplanctônica ao redor da Ilha da Trindade. O aumento da salinidade em junho de 2022 pode ter contribuído para a redução abrupta na biomassa observada. A alta abundância de copépodos em 2022 reforça a ideia de que certos grupos taxonômicos respondem de maneira diferente às condições ambientais da região. |