Resiliência financeira governamental: um estudo sobre a resposta das unidades federativas brasileiras ao período pandêmico

Abstract

A resiliência financeira pode ser definida como a aptidão dos governos estaduais para se adaptarem, resistirem e recuperarem-se de adversidades financeiras, particularmente em face dos desafios impostos durante o período pandêmico. Assim, a investigação sobre a resiliência financeira das unidades federativas brasileiras (UFs) emerge como um elemento fundamental para o fortalecimento das políticas públicas. Neste estudo, propõe-se a questão central: Qual é a relação entre os fatores de vulnerabilidade e a capacidade de antecipação com a capacidade de enfrentamento das Unidades Federativas Brasileiras diante aos impactos do período pandêmico? O objetivo desta pesquisa é analisar os fatores de vulnerabilidade, enfrentamento e antecipação dos entes federados brasileiros durante o período pandêmico, compreendido entre os anos de 2020 e 2022. Para captar a essência da resiliência financeira, foram selecionadas proxies representativas dos fatores que estabelecem padrões de resiliência, por meio de variáveis compostas por dados financeiros, demográficos, de recursos humanos, físicos e materiais. A partir dessa seleção, realizaram-se análises descritivas para elucidar as principais tendências nos dados e identificar situações direcionadoras para análises quantitativas mais aprofundadas. Em sequência, procedeu-se às análises estatísticas inferenciais: inicialmente aplicou-se a correlação de spearman para avaliar as interações entre as variáveis dependentes e independentes. Identificada as correlações entre as variáveis, empregou-se a regressão múltipla, para investigar a relação das covariáveis com o resultado, permitindo examinar o impacto de cada variável na variável de resposta. Finalmente, utilizou-se a Análise Envoltória de Dados (DEA) para avaliar o desempenho relativo das UFs. Esse método possibilitou a comparação das UFs em relação aos múltiplos inputs e outputs, focando medir a eficiência dos Estados brasileiros em termos de sua capacidade de enfrentamento, tendo como inputs os fatores de vulnerabilidade e capacidade de antecipação, facilitando a classificação das UFs desde as mais até as menos. Em suma, este estudo visa oferecer insights sobre a preparação e reação dos entes federados brasileiros ao longo do período pandêmico, evidenciando fatores determinantes e enriquecendo o campo literário sobre resiliência financeira governamental em cenários adversos.

Abstract: Financial resilience can be defined as the ability of state governments to adapt, withstand, and recover from financial adversities, particularly in the face of challenges imposed during the pandemic period. Thus, the investigation into the financial resilience of Brazilian federative units (FUs) emerges as a fundamental element for strengthening public policies. This study proposes the central question: What is the relationship between vulnerability factors and the capacity for anticipation with the coping capacity of Brazilian Federative Units in light of the impacts of the pandemic period? The objective of this research is to analyze the factors of vulnerability, coping, and anticipation of Brazilian federative entities during the pandemic period, from 2020 to 2022. To capture the essence of financial resilience, representative proxies of the factors that establish resilience patterns were selected through variables composed of financial, demographic, human, physical, and material resources data. From this selection, descriptive analyses were conducted to elucidate the main trends in the data and identify guiding situations for more in-depth quantitative analyses. Subsequently, inferential statistical analyses were performed: initially, Spearman's correlation was applied to evaluate the interactions between dependent and independent variables. Once the correlations between the variables were identified, multiple regression was employed to investigate the relationship of the covariates with the outcome, allowing the examination of the impact of each variable on the response variable. Finally, Data Envelopment Analysis (DEA) was used to assess the relative performance of the FUs. This method enabled the comparison of FUs concerning multiple inputs and outputs, focusing on measuring the efficiency of Brazilian states in terms of their coping capacity, using vulnerability factors and anticipation capacity as inputs, facilitating the ranking of FUs from the most to the least resilient. In summary, this study aims to provide insights into the preparation and reaction of Brazilian federative entities throughout the pandemic period, highlighting determining factors and enriching the literature on governmental financial resilience in adverse scenarios.