Title: | Mudanças nos comportamentos de risco à saúde e fatores associados após hospitalização em unidades de terapia intensiva em pacientes acometidos por Covid-19 |
Author: | Vargas, Patrine |
Abstract: |
Os comportamentos de risco foram fatores determinantes no curso de tratamento da Covid-19 em pacientes internados de forma grave. O objetivo deste estudo foi verificar as mudanças nos comportamentos de risco à saúde e fatores associados após hospitalização em unidades de terapia intensiva (UTI) em pacientes acometidos por Covid-19. O delineamento do estudo foi transversal, e a amostra foi constituída de pacientes que foram internados em UTI no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis, Santa Catarina. A coleta dos dados ocorreu por meio de consulta a prontuários médicos e entrevistas telefônicas, no período de julho de 2022 a janeiro de 2023. Os desfechos do estudo foram os seguintes comportamentos de risco, avaliados no momento atual e em comparação ao período pregresso à hospitalização: inatividade física no lazer (não praticar atividade física em nenhum dia na semana), tabagismo (autorrelato), consumo excessivo de álcool (? 5 doses para homens, ou ? 4 doses para mulheres, em uma única ocasião, nos últimos 30 dias) e consumo de alimentos ultra processados (? 1dia na semana). Os comportamentos de risco atuais foram mensurados por questionários específicos e a sua comparação com o período pregresso à internação foi indagada por autorrelato (melhor, igual ou pior). As exposições estudadas foram: sexo, idade, cor da pele, situação conjugal, escolaridade, tempo de tela e tempo sentado, presença de doenças respiratórias e mentais, metabólicas e cardiovasculares, tempo de internação hospitalar, em UTI e de ventilação mecânica. Os comportamentos de risco do estudo também foram considerados exposições, quando não investigados como desfecho. Na estatística, foram utilizadas as regressões logística binária e multinomial, em análises bruta e ajustada, com os resultados expressos em razão de odds (RO) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Na modelagem estatística, foi considerada a seleção para trás e o critério de seleção de valor p = 0,20 para permanência no modelo. Dentre os 148 sujeitos investigados (50% mulheres, e média de idade de 50,1 ? 13,2 anos), a maioria foi considerada inativa no lazer (57,9%; IC95%: 49,4; 65,8) e consumidora de alimentos ultra processados (81,6%; IC95%: 74,2; 87,2). O consumo excessivo de álcool e o tabagismo foram reportados por 22,7% (IC95%: 16,5; 30,4) e 2,1% (0,7; 6,5) da amostra, respectivamente. Os aumentos mais expressivos, quando comparados ao período pregresso à hospitalização, foram observados para a inatividade física no lazer (47,1%), seguida do consumo de alimentos ultra processados (8,5%). Exceto a inatividade física, os demais comportamentos de risco à saúde adotados pela amostra permaneceram iguais para a maioria dos pacientes, após a hospitalização. Indivíduos com doenças respiratórias (RO: 4,21; IC95%: 1,02; 17,3) e com maior tempo diário sentado (RO: 1,16; IC95%: 1,03; 1,30) apresentaram uma maior probabilidade de diminuição da inatividade física no lazer. Indivíduos com maiores níveis de escolaridade (RO:1,16; IC95%:1,02; 1,32) tiveram maior probabilidade de diminuir o consumo excessivo de álcool após a hospitalização. Homens tiveram uma maior probabilidade de aumentar o consumo de alimentos ultra processados após a hospitalização (RO: 6,24; IC95%: 1,25; 31,1). Conclui-se que a inatividade física no lazer foi o comportamento de risco à saúde que apresentou aumento mais expressivo após hospitalização por Covid-19 e que os fatores associados a essas mudanças apresentaram diferentes associações conforme cada comportamento investigado. Abstract: Risk behaviors were determining factors in the course of treatment for Covid-19 in severely hospitalized patients. The aim of this study was to verify changes in health risk behaviors and associated factors after hospitalization in intensive care units (ICUs) in patients affected by Covid-19. The study design was cross-sectional, and the sample consisted of patients who were admitted to the ICU at the Professor Polydoro Ernani de São Thiago University Hospital in Florianópolis, Santa Catarina. Data was collected by consulting medical records and telephone interviews from July 2022 to January 2023. The study outcomes were the following risk behaviors, assessed at the present time and in comparison to the period prior to hospitalization: physical inactivity during leisure time (no physical activity on any day of the week), smoking (self-reported), excessive alcohol consumption (? 5 doses for men, or ? 4 doses for women, on a single occasion, in the last 30 days) and consumption of ultra-processed foods (? 1 day a week). Current risk behaviors were measured using specific questionnaires and compared with the period prior to hospitalization by self-report (better, the same or worse). The exposures studied were: gender, age, skin color, marital status, schooling, screen time and sitting time, presence of respiratory and mental, metabolic and cardiovascular diseases, length of hospital stay, ICU stay and mechanical ventilation. The study's risk behaviors were also considered exposures, when not investigated as an outcome. Binary and multinomial logistic regressions were used for statistics, in crude and adjusted analyses, with the results expressed as odds ratios (OR) and 95% confidence intervals (95%CI). Statistical modeling considered backward selection and the p-value = 0.20 selection criterion for remaining in the model. Among the 148 subjects investigated (50% women, mean age 50.1 ? 13.2 years), the majority were considered to be inactive during leisure time (57.9%; 95%CI: 49.4; 65.8) and to consume ultra-processed foods (81.6%; 95%CI: 74.2; 87.2). Excessive alcohol consumption and smoking were reported by 22.7% (95%CI: 16.5; 30.4) and 2.1% (0.7; 6.5) of the sample, respectively. The most significant increases, when compared to the period prior to hospitalization, were observed for physical inactivity during leisure time (47.1%), followed by consumption of ultra-processed foods (8.5%). With the exception of physical inactivity, the other health risk behaviors adopted by the sample remained the same for most patients after hospitalization. Individuals with respiratory diseases (OR: 4.21; 95% CI: 1.02; 17.3) and with a longer daily sitting time (OR: 1.16; 95% CI: 1.03; 1.30) were more likely to reduce physical inactivity during leisure time. Individuals with higher levels of schooling (OR: 1.16; 95%CI: 1.02; 1.32) were more likely to reduce excessive alcohol consumption after hospitalization. Men were more likely to increase their consumption of ultra-processed foods after hospitalization (OR: 6.24; 95% CI: 1.25; 31.1). We conclude that physical inactivity during leisure time was the health risk behavior that showed the most significant increase after hospitalization for Covid-19 and that the factors associated with these changes showed different associations according to each behavior investigated. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Florianópolis, 2024. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/259980 |
Date: | 2024 |
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PGEF0662-D.pdf | 2.082Mb |
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