Antropofagia, barroco e tradução: comentários sobre o processo tradutório de Color de Hormiga, de Rodrigo Naranjo

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Antropofagia, barroco e tradução: comentários sobre o processo tradutório de Color de Hormiga, de Rodrigo Naranjo

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Title: Antropofagia, barroco e tradução: comentários sobre o processo tradutório de Color de Hormiga, de Rodrigo Naranjo
Author: Silva, Caio Vinícius
Abstract: Neste trabalho, apresentamos uma leitura crítica e comentários acerca do processo tradutório de Color de hormiga – el descubrimiento de la rebeldía, do escritor chileno Rodrigo Naranjo. Para isso, formulamos e expomos ao debate propostas de como conseguir traduzir complexas questões linguísticas e socioculturais de um país vizinho do Brasil, sob a forma literária, à nossa letra, à nossa cultura, sem tirar do leitor a possibilidade de entender como tais questões se dão no texto-fonte. Para isso, contamos com uma base teórica que torna possível evidenciar o motivo das escolhas tradutórias na construção do texto-foz: Cor de saúva – o descobrimento da rebeldia. Uma das hipóteses que fundamentam o trabalho é a de que a tradução pode se apoiar em ao menos uma das expressões dos modernismos brasileiros — a antropofagia oswaldiana — para aproximar o livro de Naranjo ao contexto-foz, pois há nele, como texto-fonte, elementos em comum, como a deglutição antropofágica característica do barroco latino-americano, que será tratada principalmente a partir de leituras de Haroldo de Campos, cuja teoria se baseia em escritos de Walter Benjamin e Octavio Paz, dentre outros. Assim, é da seguinte forma que se desenvolve o trabalho: no primeiro capítulo é feita uma breve apresentação do texto- fonte, do autor e do horizonte teórico; também são mostradas as relações existentes entre o modernismo antropofágico oswaldiano, e o texto de Naranjo, dando foco à caracterização destes com os elementos do barroco, explicitando, assim, o motivo de utilizarmos tais referentes como base para nossa tradução; ademais, adianta-se a identificação de alguns elementos linguísticos e socioculturais relevantes para a ilustração e compreensão das ideias que nortearam esse movimento de tradução. No segundo capítulo, aprofunda-se o referencial teórico (aproximando nosso texto- fonte dos referentes modernistas e de suas bases) — que lida com questões sobre tradução cultural e equivalência — e em sua relação com o texto a ser traduzido. Já no terceiro e último capítulo, concluímos com comentários sobre a tradução, algumas reflexões sobre a transposição de termos e expressões chilenas para o português brasileiro e exemplos práticos da abordagem antropofágica na tradução de conceitos e ideias. A tradução de Color de Hormiga para o português brasileiro foi um processo complexo e desafiador, que exigiu uma abordagem inovadora e criativa. Conseguimos criar um texto que não apenas reflete a fonte, mas também sacia o público brasileiro ao recriar contextos culturais. Através das escolhas tradutórias feitas, procuramos proporcionar uma leitura que, ao refletir a profundidade do texto-fonte, tornasse a obra acessível e significativa para o público ao qual se destina. Assim, este projeto não é apenas um exercício linguístico, mas um esforço de intercâmbio cultural e de preservação das nuances do texto de Naranjo. A tradução se torna, portanto, um modo ético de aproximação às diferenças, permitindo um diálogo enriquecedor e contínuo entre culturas.En este trabajo, presentamos una lectura crítica y comentarios sobre el proceso de traducción de "Color de hormiga – el descubrimiento de la rebeldía" del escritor chileno Rodrigo Naranjo. Para ello, formulamos y proponemos para el debate formas de traducir cuestiones lingüísticas y socioculturales complejas de un país vecino a Brasil a nuestra lengua y cultura en forma literaria, sin privar al lector de la posibilidad de entender cómo se presentan estas cuestiones en el texto a ser traducido. Para esto, nos basamos en una teoría que permite resaltar las razones detrás de las elecciones traductológicas en la construcción del texto traducido: "Cor de saúva – o descobrimento da rebeldia". Una de las hipótesis que fundamentan el trabajo es que la traducción puede apoyarse en al menos uma de las expresiones de los modernismos brasileños –la antropofagia oswaldiana– para acercar el libro de Naranjo al contexto de llegada, ya que comparte elementos comunes con el texto fuente, como la asimilación antropofágica característica del barroco latinoamericano, que se discutirá principalmente a través de lecturas de Haroldo de Campos, cuya teoría se basa en escritos de Walter Benjamin y Octavio Paz, entre otros. Así, el trabajo se desarrolla de la siguiente manera: en el primer capítulo se hace una breve presentación del texto fuente, del autor y del horizonte teórico; también se muestran las relaciones existentes entre el modernismo antropofágico de Oswald y el texto de Naranjo, enfocándose en su caracterización con elementos barrocos, explicando así la razón de usar dichos referentes como base para nuestra traducción; además, se adelanta la identificación de algunos elementos lingüísticos y socioculturales relevantes para ilustrar y comprender las ideas que guiaron este movimiento de traducción. En el segundo capítulo, se profundiza el marco teórico (acercando nuestro texto fuente a los referentes modernistas y sus fundamentos) –que trata sobre cuestiones de traducción cultural y equivalencia– y su relación con el texto a traducir. En el tercer y último capítulo, concluimos con comentarios sobre la traducción, algunas reflexiones sobre la transposición de términos y expresiones chilenas al portugués brasileño y ejemplos prácticos del enfoque antropofágico en la traducción de conceptos e ideas. La traducción de "Color de Hormiga" al portugués brasileño fue un proceso complejo y desafiante que requirió un enfoque innovador y creativo. Logramos crear un texto que no solo refleja la fuente, sino que también satisface al público brasileño al recrear contextos culturales. A través de las elecciones traductológicas realizadas, buscamos proporcionar una lectura que, al reflejar la profundidad del texto fuente, hiciera la obra accesible y significativa para su público destinatario. Así, este proyecto no es solo un ejercicio lingüístico, sino un esfuerzo de intercambio cultural y preservación de los matices del texto de Naranjo. Por lo tanto, la traducción se convierte en una forma ética de acercarse a las diferencias, permitiendo un diálogo enriquecedor y continuo entre culturas.In this work, we present a critical reading and commentary on the translation process of "Color de hormiga – el descubrimiento de la rebeldía" by Chilean writer Rodrigo Naranjo. To this end, we formulate and propose for debate ways to translate complex linguistic and sociocultural issues from a neighboring country of Brazil into our language and culture in a literary form, without depriving the reader of the ability to understand how these issues are presented in the source text. For this, we rely on a theoretical basis that makes it possible to highlight the reasons behind the translation choices in the construction of the translated text: "Cor de saúva – o descobrimento da rebeldia". One of the hypotheses underpinning the work is that translation can draw on at least one of the expressions of Brazilian modernisms — Oswaldian anthropophagy — to bring Naranjo's book closer to the receptor context, as it shares common elements with the source text, such as the anthropophagic assimilation characteristic of Latin American baroque, which will be discussed mainly through readings of Haroldo de Campos, whose theory is based on writings by Walter Benjamin and Octavio Paz, among others. Thus, the work is developed as follows: the first chapter provides a brief presentation of the source text, the author, and the theoretical horizon; it also shows the relationship between Oswald’s anthropophagic modernism and Naranjo's text, focusing on their characterization with baroque elements, thereby explaining the reason for using such references as the basis for our translation; furthermore, it anticipates the identification of some relevant linguistic and sociocultural elements for illustrating and understanding the ideas that guided this translation movement. In the second chapter, the theoretical framework is deepened (bringing our source text closer to the modernist references and their foundations) — dealing with issues of cultural translation and equivalence — and its relationship with the text to be translated. In the third and final chapter, we conclude with comments on the translation, some reflections on the transposition of Chilean terms and expressions into Brazilian Portuguese, and practical examples of the anthropophagic approach in translating concepts and ideas. The translation of "Color de Hormiga" into Brazilian Portuguese was a complex and challenging process that required an innovative and creative approach. We succeeded in creating a text that not only reflects the source but also satisfies the Brazilian audience by recreating cultural contexts. Through the translation choices made, we sought to provide a reading that, while reflecting the depth of the source text, made the work accessible and meaningful to its intended audience. Thus, this project is not just a linguistic exercise but an effort of cultural exchange and preservation of the nuances of Naranjo's text. Therefore, translation becomes an ethical way of approaching differences, allowing for an enriching and continuous dialogue between cultures.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Língua Portuguesa e Literaturas em Língua Portuguesa.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/260719
Date: 2024-07-15


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