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BARBARESCO, Cleber Schaefer. O Ensino de Aritmética para as Escolas de Aprendizes Artífices: caracterização de uma aritmética a ensinar para o ensino profissional técnico. 2024. 311 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2024. |
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Esta pesquisa tem o propósito de caracterizar uma aritmética a ensinar própria para Escolas de Aprendizes Artífices a partir das dinâmicas de reorganização e sistematização do ensino de aritmética do curso primário realizado pelo Serviço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico, comissão coordenada por João Lüderitz que tinha o propósito de remodelar o ensino dessas escolas. No decorrer da escrita foram mobilizados diferentes documentos: jornais da época, livros didáticos, relatórios e decretos do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, relatórios de diretores das Escolas de Aprendizes Artífices e de João Lüderitz e decretos imperiais. Porém, para responder à pergunta os documentos analisados foram: Relatórios do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, Decretos que regulamentaram as escolas, o documento de Consolidação dos Dispositivos Concernentes às Escolas de Aprendizes Artífices, o Projeto de Regulamentação do Ensino Profissional Técnico nas Escolas de Aprendizes Artífices e Normais de Artes e Ofícios do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, Relatórios de Diretores, Diários de Classe e Livros Escolares. Para análise e interpretação de tais documentos foi utilizada a concepção de representação, para compreender o que se entendia de ensino profissional técnico nas diferentes formas de governo Colônia, Império e República. Também, foram utilizadas as categorias sócio-históricas saberes objetivados, saberes a ensinar e expertise para compreender como a estruturação e organização dos saberes aritméticos alteram as representações ao longo da história do ensino profissional técnico das Escolas de Aprendizes Artífices. Os resultados apontam que os saberes aritméticos do curso primário das Escolas de Aprendizes Artífices, em suas duas primeiras décadas, apresentam-se como objetos com a finalidade de alfabetizar os jovens para o trabalho, haja vista que estes ingressam na escola em condição de analfabetismo. Mas, ainda nesse período, a falta de homogeneização dos programas indica a existência de outras representações desses saberes. Com isso, a demanda que se cria solicita uma expertise para ser aplicada na reorganização de todos os saberes do ensino profissional técnico dessas escolas, incluindo os aritméticos. A remodelação, implementada pelo documento de Consolidação dos Dispositivos Concernentes às Escolas de Aprendizes Artífices, indica que os saberes aritméticos foram reorganizados para atender um “novo” paradigma, ou seja, educar pelo trabalho. Posto isso, os saberes aritméticos deveriam atender diferentes papéis: alfabetizar, preparar para o trabalho e desenvolver práticas profissionais. Esse sistema modela uma organização e estruturação dos saberes própria a Escolas de Aprendizes Artífices, que aponta para a caracterização de um objeto de ensino, ou seja, uma aritmética a ensinar. Essa aritmética a ensinar insere-se em um contexto educacional que visa o desenvolvimento de competência, ultrapassando suas finalidades discursivas, podendo ser caracterizada como uma aritmética técnica. |
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