A neuropsicologia de estresse em face de experiências adversas na infância: evidências obtidas pela curva de cortisol e a Escala de Stress Infantil (ESI) em crianças de 8 a 14 anos de idade das escolas municipais de Curitiba

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A neuropsicologia de estresse em face de experiências adversas na infância: evidências obtidas pela curva de cortisol e a Escala de Stress Infantil (ESI) em crianças de 8 a 14 anos de idade das escolas municipais de Curitiba

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Title: A neuropsicologia de estresse em face de experiências adversas na infância: evidências obtidas pela curva de cortisol e a Escala de Stress Infantil (ESI) em crianças de 8 a 14 anos de idade das escolas municipais de Curitiba
Author: Fonseca, José Wladimir Freitas da
Abstract: Nos últimos anos, diversos estudos procuraram demonstrar que as experiências adversas na infância têm um grande impacto tanto na infância como na vida adulta. Entende-se aqui por experiências adversas o abandono, maus-tratos, violência contra o vulnerável e condições socioeconômicas desfavoráveis como, por exemplo, a pobreza, índice de renda muito baixo e região de violência urbana. Estudar o estresse na infância por conta de experiências adversas é um grande desafio. A maioria dos estudos se concentra em três eixos de investigação: análise do cortisol por diversos métodos, que compreende saliva, urina, cabelo, unha, suor, líquido cefalorraquidiano, plasma e soro; análise do estresse por meio das mais variadas escalas de estresse para infância e adolescência; e a associação do cortisol com escalas do tipo Trier Social Stress Test (TSST), que consiste em um experimento cujo participante se expõe falando em público e depois realiza uma tarefa mental. Independentemente do método para avaliar o estresse infantil, há um ponto de convergência entre os estudos, que é a desregulação do eixo HPA, os impactos no SNS e no SNAM e a produção de cortisol. Particularmente, a desregulação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) é característica de diversas patologias neuroendócrinas e psicopatologias como, por exemplo, a depressão e a ansiedade. Isso ocorre por conta dos efeitos dos glicocorticoides, mediados por receptores intracelulares, como os receptores de glicocorticoides. Neste processo, o cortisol ocupa um lugar central na investigação para avaliar casos de hiperatividade ou hipoatividade do eixo HPA. Em se tratando dos métodos para avaliar o cortisol, o mais empregado é o cortisol salivar. No entanto, estudos bem recentes demonstraram que avaliar o RCA (Resposta de Despertar do Cortisol), que consiste em uma coleta da manhã, pode levar a diversos equívocos sugerindo que a curva de cortisol é o mais apropriado para obter uma resposta mais adequada da variabilidade do cortisol. Neste contexto, procuramos identificar o estresse infantil a partir de um estudo com crianças de 8 a 14 anos de idade com emprego da ESI e da curva de cortisol em três pontos (manhã, tarde e noite), que possibilitou compreender um pouco sobre a psiconeuro-endocrinologia do estresse infantil. Este estudo contribuirá para a reflexão do desenvolvimento de abordagens preventivas, diretas e de conscientização dos pais e cuidadores, além de nos interrogar sobre o papel das políticas públicas neste contexto. Os resultados desta tese demonstraram que o emprego da ESI (Escala de Stress Infantil) aplicada em 206 participantes de ambos os sexos (85 do grupo feminino) e (121 do grupo masculino), e a coleta salivar, quatrocentos e oitenta e nove (489) amostras de saliva, conseguiu identificar o estresse agudo e crônico. Além disso, calculamos dois modelos logísticos: o modelo Logístico Binário e o modelo Logístico Ordenado. No modelo Logístico Binário correlacionamos os resultados da ESI e os resultados da curva de cortisol onde os resultados foram estatisticamente significativos. No modelo Logístico Ordenado correlacionamos todas as fases da ESI (Alerta, Resistência, Quase-Exaustão e Exaustão) com os três pontos da curva de cortisol (manhã, tarde e noite) em que os resultados também foram estatisticamente significativos. Os resultados do presente estudo nos permitem ensejar estudos adicionais para investigar o estresse infantil resultante das experiências adversas, procurando associar, além da ESI e da curva de cortisol, outros métodos de investigação para identificar o estresse infantil.Abstract: In the last years, a number of studies have sought to demonstrate that adverse childhood experiences have a major impact on both childhood and adulthood. Adverse experiences being abandonment, mistreatment, violence against the vulnerable and unfavorable socioeconomic conditions, such as poverty, very low-income index, and region of urban violence. Studying childhood stress due to adverse childhood experiences is a big challenge. The majority of studies focus on three lines of investigation: cortisol analysis by various methods that include saliva, urine, hair, nails, sweat, cerebrospinal fluid, plasma and serum; stress analysis through the most varied stress scales for childhood and adolescence, and the association of cortisol with Tier Social Stress Test (TSST) scales, which consists of an experiment in which the participant exposes himself to speaking in public and then performs a mental task. Regardless of the method for assessing childhood stress, there is a point of convergence between the studies, which is the dysregulation of the HPA axis and the impacts on the SNS and the SNAM and cortisol production. The dysregulation of the hypothalamicpituitary-adrenal (HPA) axis is particularly a characteristic of several neuroendocrine pathologies and psychopathologies, such as depression and anxiety. This happens because the effects of glucocorticoids are mediated by intracellular receptors, such as glucocorticoid receptors. In this process, cortisol occupies the central place in the investigation to evaluate cases of hyperactivity or hypoactivity of the HPA axis.. When it comes to the methods to assess cortisol, the most commonly used is salivary cortisol. However, very recent studies have shown that assessing the RCA (Cortisol Arousal Response), which consists of a morning collection, can lead to several misconceptions suggesting that the cortisol curve is the most appropriate to obtain a more adequate response to cortisol variability. In this context, we sought to identify child stress from a study with children from 8 to 14 years of age using the ESI and the cortisol curve at three points (morning, afternoon and night) that allowed us to understand a little about the psycho-neuro-endocrinology of childhood stress. This study will contribute to the reflection on the development of preventive, direct and awareness-raising approaches for parents and caregivers, in addition to questioning us about the role of public policies in this context. The results of this thesis demonstrated that the use of the ESI (Children's Stress Scale) applied to 206 participants of both sexes (85 from the female group) and (121 from the male group), and the salivary collection, four hundred and eighty-nine (489) saliva samples were able to identify acute and chronic stress. In addition, we calculated two Logistic model: the Binary Logistic model and the Ordered Logistic model. In the Binary Logistic model, we correlated the results of the ESI and the results of the cortisol curve, where the results were statistically significant. In the Ordered Logistic model, we correlated all phases of the ESI (Alert, Resistance, Near-Exhaustion and Exhaustion) with the three points of the cortisol curve (morning, afternoon and night) where the results were also statistically. The results of the present study allows us to provide opportunities for additional studies to investigate child stress resulting from adverse childhood experiences, in addition to the ESI and the cortisol curve, other methods of investigation to identify child stress.
Description: Tese (doutorado) ? Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Neurociências, Florianópolis, 2024.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/260994
Date: 2024


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