Malformação uterina congênita como diagnóstico diferencial de abdome agudo: relato de caso e revisão de literatura

Abstract

Introdução: O sistema genital feminino desenvolve-se principalmente a partir dos ductos paramesonéfricos, que formam a maior parte do trato genital, incluindo tubas uterinas e primórdios uterovaginais. Na 8ª semana de gestação, interrupções no desenvolvimento dos primórdios uterovaginais resultam em malformações uterinas. Em crianças pré-púberes, essas malformações são geralmente achados incidentais devido a sua natureza assintomática, mas também podem cursar com menorragia ou dismenorréia intensa. A prevalência na população geral é cerca de 5,5%, variando entre 5% e 10% em mulheres investigadas por infertilidade. Objetivos: A presente pesquisa tem por objetivo principal descrever um caso clínico de uma adolescente com malformações mullerianas que se apresentou inicialmente com sintomas de abdome agudo na emergência e enfermaria pediátrica do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago de Florianópolis-SC, sendo incomum tal diagnóstico. Métodos: O estudo se utilizará do acesso ao prontuário do paciente como metodologia, a fim de realizar análise retrospectiva do caso. A revisão do tema para confecção da pesquisa será feita a partir de publicações disponíveis em bases de dados como PubMed, Scielo, Cochrane, Portal de Periódicos Capes, Lilacs entre outros, além de livros físicos disponíveis na biblioteca do hospital em questão. Conclusões: As malformações mullerianas podem causar dor abdominal intensa e menstruação prolongada em adolescentes, sendo fundamental o diagnóstico e caracterização por ressonância magnética e um manejo multidisciplinar, podendo-se utilizar ultrassonografia transabdominal/transvaginal inicialmente. A medroxiprogesterona se mostrou eficaz na indução de amenorreia e alívio dos sintomas até um planejamento cirúrgico adequado. Palavras-chaves: Malformações Mullerianas; Abdome agudo; Pediatria;