Prevalência de traumas orofaciais e uso de protetores bucais esportivos em atletas de futebol: Um estudo transversal.

Abstract

Este trabalho aborda a prevalência de traumas orofaciais e o uso de protetores bucais em atletas de futebol, um esporte amplamente praticado no Brasil, e que embora não seja considerado um esporte de combate, apresenta um alto risco de lesões orofaciais devido a choques e colisões. Paralelamente, observe-se uma lacuna na literatura quanto à relação entre os traumas associados a essa modalidade esportiva e a ênfase no uso de protetores bucais como medida preventiva. Neste contexto, buscamos analisar a percepção dos jogadores sobre a relação entre a odontologia e o esporte, investigar a prevalência de traumas orofaciais, identificar os tipos de traumas mais comuns e avaliar o uso de protetores bucais esportivos. Para isso, foram aplicados questionários via Google Forms a atletas de futebol profissionais e amadores e foram analisadas 37 respostas que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Dos respondentes, 26 (70,3%) relataram já ter sofrido trauma orofacial, enquanto 11 (29,7%) nunca o experienciaram, comprovando nossa preocupação com a utilização de protetores bucais, pois os traumas existem e possuem considerável prevalência e os protetores bucais evitam ou ao menos mitigam esse tipo de lesão. Os traumas de tecidos moles foram os mais frequentes, representando 63,6% dos traumas relatados, porém também houveram traumas dentários 23,6%; ósseos 3,6% e outros não identificados 9,1%. Nenhum jogador usava protetor bucal no momento do trauma, mas quando questionados se hoje fazem uso do dispositivo, 8,1% relataram que sim. Muitos manifestaram interesse em protetores bucais personalizados, evidenciando as limitações de acesso aos meios de proteção e aos dentistas especializados, bem como a falta de incentivo por parte dos clubes de futebol e dos Governos. Essas práticas preventivas, podem garantir o desempenho esportivo do atleta , além de prevenir traumas e reduzir custos elevados com posteriores tratamentos das lesões.

This study addresses the prevalence of orofacial injuries and the use of mouthguards among soccer players, a sport widely practiced in Brazil. Although not considered a combat sport, soccer presents a high risk of orofacial injuries due to impacts and collisions. Simultaneously, there is a notable gap in the literature regarding the relationship between injuries associated with this sport and the emphasis on the use of mouthguards as a preventive measure. In this context, we aimed to analyze players' perceptions of the relationship between dentistry and sports, investigate the prevalence of orofacial injuries, identify the most common types of injuries, and evaluate the use of sports mouthguards. For this purpose, questionnaires were administered via Google Forms to professional and amateur soccer players, and 37 responses meeting the inclusion and exclusion criteria were analyzed. Among respondents, 26 (70.3%) reported having experienced orofacial trauma, while 11 (29.7%) had not, underscoring our concern about mouthguard usage. The study confirms the considerable prevalence of such injuries, which mouthguards can prevent or at least mitigate. Soft tissue injuries were the most common, accounting for 63.6% of reported injuries. However, dental injuries (23.6%), bone injuries (3.6%), and others not identified (9.1%) were also reported. None of the players wore a mouthguard at the time of injury, but when asked if they currently use this protective device, 8.1% reported doing so. Many expressed interest in personalized mouthguards, highlighting the limitations in access to protective equipment and specialized dentists, as well as the lack of encouragement from soccer clubs and Governments. These preventive practices can safeguard athletes' performance, prevent injuries, and reduce the high costs of subsequent treatments for injuries.