Motivações da Fuga de Cérebros de docentes: O caso do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC

Abstract

Este trabalho trata da temática “fuga de cérebros” (“Brain Drain” em inglês) ou “fuga de talentos”, enquanto fenômeno majoritariamente contemporâneo, o qual se refere à emigração de indivíduos altamente qualificados, neste caso, professores de ensino superior que se dirigem de um país a outro em busca de melhores oportunidades profissionais e qualidade de vida. Metodologicamente qualitativa, com análise descritiva e interpretativa, a presente pesquisa utilizou-se de revisão bibliográfica nacional e internacional. Aplicaram-se seis entrevistas semiestruturadas, tendo como corpus da pesquisa os docentes do Departamento de Economia e Relações Internacionais, e o lócus a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre os entrevistados estão os professores brasileiros que emigraram para o exterior e os professores estrangeiros que migraram de seus países para trabalhar como docentes na UFSC. A análise, aportada nas categorias Globalização, Universidades e Fuga de Cérebros, permitiu mapear aspectos polissêmicos acerca do tema por parte dos respondentes, atribuindo-os ora a fatores pessoais (oportunidades de salários, desenvolvimento de carreira, condições melhores de trabalho) ora a questões geo sociopolíticas (instabilidades de ordem política, econômica e/ou sociais do país de origem). O estudo conclui que, em desacordo com a percepção convencional do fenômeno da Fuga de Cérebros, no qual se pressupõe que os países em desenvolvimento perdem seus talentos para as nações mais desenvolvidas, no contexto específico do departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC, verificou-se uma dinâmica inversa. A universidade recebeu um número superior de talentos estrangeiros do que a quantidade de brasileiros que optaram por buscar oportunidades profissionais fora do país.

This study addresses the theme of "Brain Drain," a predominantly contemporary phenomenon referring to the emigration of highly qualified individuals—specifically, higher education teachers—who relocate from one country to another in search of better professional opportunities and improved quality of life. Methodologically, the research adopts a qualitative approach, employing descriptive and interpretative data analysis. The study includes a review of national and international literature and features six semi-structured interviews as part of its research corpus, comprising professors from the Economics and International Relations programs at the Federal University of Santa Catarina (UFSC). The participants include Brazilian professors who emigrated abroad and foreign professors who moved to Brazil to teach at UFSC. The analysis, grounded in the categories of Globalization, Universities, and Brain Drain, offers a multifaceted understanding of the topic through the perspectives of the respondents. The causes of the Brain Drain phenomenon were attributed to personal factors (such as salary opportunities, career development, and better working conditions) as well as geopolitical and sociopolitical issues (including political, economic, and social instability in the home country). Contrary to the conventional perception of Brain Drain as a one-way loss of talent from developing countries to more developed nations, the study observed an inverse dynamic within the specific context of UFSC's Economics and International Relations departments. The findings reveal that the university attracted a greater number of foreign talents than the number of Brazilian professors who sought professional opportunities abroad.