O transplante haploidêntico no tratamento de leucemias agudas: uma revisão narrativa da literatura

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O transplante haploidêntico no tratamento de leucemias agudas: uma revisão narrativa da literatura

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Title: O transplante haploidêntico no tratamento de leucemias agudas: uma revisão narrativa da literatura
Author: Lira, Camila Silva
Abstract: As leucemias são o décimo tipo de câncer mais frequente no Brasil e o Instituto Nacional de Câncer estima que no triênio de 2023 a 2025 sejam diagnosticados cerca de 11.540 novos casos. As leucemias mieloides e linfoides agudas são neoplasias malignas que resultam da proliferação clonal e do acúmulo de células progenitoras pluripotentes na medula óssea e no sangue periférico. O tratamento convencional das leucemias agudas (LA) envolve a quimioterapia com diferentes tipos de antineoplásicos e imunossupressores. Como alternativa, o transplante de células-tronco hematopoiéticas é indicado em casos de resistência à terapia convencional. Existem três modalidades de transplante de células-tronco: autólogo, no qual o enxerto é obtido do próprio paciente; o alogênico, em que o enxerto é obtido de um doador 100% HLA compatível; e o haploidêntico, no qual o enxerto é obtido de um doador com pelo menos 50% de compatibilidade HLA com o receptor. O transplante haploidêntico surge como uma solução relevante, pois apenas 25% dos pacientes que necessitam de um transplante encontram um doador 100% compatível entre os familiares. Neste contexto, o transplante haploidêntico ampliou significativamente as possibilidades terapêuticas para esses pacientes. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão narrativa sobre as técnicas de transplante haploidêntico no tratamento de LA, utilizando bases de dados digitais como Scielo, LILACS, PubMed e Google Acadêmico, com palavras-chave em português e inglês. O de transplante haploidêntico teve início na década de 1970, com experimentos em modelos animais, mas somente nos anos 2000, com a implantação do “Protocolo de Pequim” e o uso de ciclofosfamida como profilaxia pós-transplante contra a doença do enxerto contra o hospedeiro, a técnica foi mais incorporada à prática clínica. As três metodologias contemporâneas de transplante haploidêntico incluem: i) depleção seletiva de linfócitos T in vivo com ciclofosfamida, ii) depleção in vitro com processamento imunomagnético e iii) uso de globulina antitimocítica (“Protocolo de Pequim”). As principais vantagens da utilização destas técnicas, respectivamente, se dão no uso disseminado com fácil acesso e baixo custo, redução da doença do enxerto contra o hospedeiro aguda e crônica, e uso em pacientes com alto risco de recidiva. As principais desvantagens, respectivamente, são recuperação lenta de linfócitos natural killer, elevado custo e alto índice de infecções virais, e elevada incidência de doença do enxerto contra o hospedeiro. No Brasil, a única técnica utilizada de transplante haploidêntico é com depleção in vivo com ciclofosfamida, empregada no tratamento de imunodeficiência primária, anemia aplásica grave, anemia de Fanconi e LA. A literatura sobre o impacto dessa técnica na qualidade de vida dos pacientes com LA é escassa, com somente um estudo comparativo que não identificou diferenças significativas entre o transplante haploidêntico e o transplante autólogo com doadores relacionados ou não. Com a presente revisão foi possível concluir que, apesar da ampla divulgação da utilização do transplante haploidêntico no país em sites de hospitais e notícias, as publicações em periódicos são escassas, dificultando o embasamento teórico desta pesquisa e evidenciando a necessidade de mais estudos na área.Leukemias are the tenth most common type of cancer in Brazil and the National Cancer Institute estimates that around 11,540 new cases will be diagnosed between 2023 and 2025. Acute myeloid and lymphoid leukemias are malignant neoplasms that result from clonal proliferation and the accumulation of pluripotent progenitor cells in the bone marrow and peripheral blood. Conventional treatment for acute leukemia (AL) involves chemotherapy with different types of antineoplastic agents and immunosuppressants. Alternatively, hematopoietic stem cell transplantation is indicated in cases of resistance to conventional therapy. There are three modalities of stem cell transplantation: autologous, in which the graft is obtained from the patient themselves; allogeneic, where the graft is sourced from a 100% HLA-compatible donor; and haploidentical, in which the graft is obtained from a donor with at least 50% HLA compatibility with the recipient. Haploidentical transplantation has emerged as a relevant solution, since only 25% of patients who need a transplant find a 100% compatible donor among their family members. In this context, haploidentical transplantation has significantly expanded the therapeutic possibilities for these patients. The aim of this study was to conduct a narrative review on haploidentical transplantation techniques in the treatment of AL, using digital databases such as Scielo, LILACS, PubMed and Google Scholar, with keywords in Portuguese and English. Haploidentical transplantation began in the 1970s with experiments on animal models, but it was only in the 2000s, with the implementation of the “Beijing Protocol” and the use of cyclophosphamide as post-transplant prophylaxis against graft-versus-host disease, that the technique was more effectively incorporated into clinical practice. The three contemporary methodologies for haploidentical transplantation include: i) selective depletion of T lymphocytes in vivo with cyclophosphamide, ii) depletion in vitro with immunomagnetic processing and iii) administration of antithymocyte globulin (“Beijing Protocol”). The main advantages of using these techniques, respectively, are widespread use with easier access and low cost, reduction of acute and chronic graft-versus-host disease, and use in patients at high risk of relapse. The main disadvantages, respectively, are the slow recovery of natural killer lymphocytes, the high cost and high rate of viral infections, and the high incidence of graft-versus-host disease. In Brazil, the only technique currently employed for haploidentical transplantation is in vivo depletion with cyclophosphamide, used in the treatment of primary immunodeficiency, severe aplastic anemia, Fanconi anemia and AL. The literature on the impact of this technique on the quality of life of patients with AL is limited, with only one comparative study identifying no significant differences between haploidentical transplantation and autologous transplantation with related or unrelated donors. This review concludes that, despite the wide dissemination of the use of haploidentical transplantation in the country on hospital and news websites, publications in journals are rare, posing challenges to provide a theoretical basis for this research and highlighting the need for more studies in the area.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Farmácia.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/262236
Date: 2024-12-03


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