Abstract:
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Nas áreas rurais de Santa Catarina, o tratamento de efluentes dos domicílios dá-se por sistemas descentralizados. As fossas sépticas e rudimentares são as tecnologias mais comuns nesses locais. Contudo, a falta de diretrizes claras quanto ao manejo e gestão do lodo formado por estes sistemas compromete a sua eficiência, além de causar potenciais riscos ao meio ambiente. Diante deste cenário, este trabalho busca propor diretrizes para o manejo do lodo gerado em sistemas descentralizados de tratamento de esgoto em áreas ruais de Santa Catarina. Com o intuito de ser ter um embasamento para a proposição das diretrizes, o trabalho caracteriza as áreas rurais das mesorregiões do estado quanto as suas densidades populacionais, clima, relevo, atividades agrícolas e geração anual de lodo de esgoto. Para isso, fez-se a análise de dados censitários, elaborou-se mapas utilizando o software Qgis e, além disso, aplicou-se uma revisão bibliográfica sistemática, fazendo-se as devidas adaptações dos resultados encontrados para a realidade das áreas rurais de Santa Catarina. Por meio do estudo dos dados censitários, foi possível verificar que Santa Catarina apresenta uma distribuição diversificada em relação a sua população rural, que corresponde a 944.372 habitantes. Nesse contexto, a mesorregião Oeste de Santa Catarina detém a maior densidade populacional rural do estado, com aproximadamente 337.872 habitantes, correspondendo a 35% da população total rural de Santa Catarina. Verificou-se que a agricultura é uma atividade econômica de forte representatividade em Santa Catarina. A respeito da área destinada ao plantio e colheita de culturas no estado, o Oeste detém a maior área para esta finalidade com 789.689hectares cultivados. Por ser a região com a maior população e atividade agrícola, o Oeste é a mesorregião que mais produz lodo anualmente no estado nas áreas rurais. Por meio do levantamento bibliográfico feito através da revisão sistemática, identificou-se alguns métodos de coleta, transporte, tratamento e disposição final do lodo oriundo de fossas sépticas. Estas práticas foram adaptadas para a realidade das áreas rurais de Santa Catarina e embasaram as diretrizes propostas para a gestão e manejo do lodo nessas regiões. Constatou-se a necessidade da aplicação de políticas públicas e estratégias específicas de acordo com as características de cada região rural do estado, como relevo, clima e densidade populacional. |