Tratamento alternativo com plasma térmico aos processos convencionais de jateamento abrasivo em aço naval

Abstract

O processo de tratamento de superfície do aço naval antes da pintura é um aspecto crucial na indústria naval, visando a proteção contra corrosão e o prolongamento da vida útil das embarcações. Os processos de jateamento por granalhas de aço ou jateamento abrasivo tem sido amplamente utilizado para preparar a superfície do casco para a aplicação de revestimentos protetores. No entanto, o desenvolvimento tecnológico e as discussões sobre sustentabilidade e redução de custos apontam para a necessidade de estudar alternativas a este processo. Considerando isso, avalia-se neste trabalho a eficiência do processo de tratamento de superfície do aço naval utilizando o jateamento por plasma térmico como alternativa ao processo citado. A adoção dessa alternativa ao método tradicional destaca-se por apresentar-se como um processo com menores emissões de partículas no ambiente e com maior controle de tempo e temperatura no tratamento da superfície do aço naval. Além disso, as tochas de plasma são aplicadas e bem conhecidas do setor naval em processos de corte e soldagem, sendo esta uma das motivações para a presente pesquisa. No presente estudo, amostras de aço naval A36 jateadas por plasma utilizando 2, 3 e 6 mm de distância entre a tocha de plasma e a superfície da amostra foram avaliadas antes e após o processo de modificação de superfície quanto à composição química, rugosidade, adesão à tinta e comportamento sob ambiente corrosivo. Foi observado que a amostra 1, jateada com menor distância, teve menor rugosidade (3.76 μm) e ainda assim, obteve resultados satisfatórios em questão de aderência de revestimento antes do contato com o ambiente corrosivo. As amostras 2 e 3, apesar de apresentarem maior rugosidade, tiveram melhor desempenho quanto a aderência da tinta após o contato com o ambiente corrosivo. Ainda assim, todas as amostras obtiveram comportamentos inferiores em relação a amostra referência jateada com o processo convencional, o que pode estar associado aos vales profundos que foram gerados na superfície da amostra. Ademais, a alternativa é eficiente se aplicada com parâmetros altamente controlados, já que se equipara ao método tradicional em termos de adesão mecânica do plano de pintura e resistência a corrosão, podendo vir a ser vantajosa em termos econômicos aos estaleiros.