Análise de estudos ambientais de usinas fotovoltaicas em operação

Abstract

No Brasil, a capacidade instalada de energia solar cresceu de 1 MWp em 2011 para 14.898,84 MW em 2024, consolidando o país como líder na América Latina. O Nordeste emergiu como um importante polo para geração solar, passando de menos de 1 GW em 2017 para mais de 4,5 GW em 2021. Este estudo analisou os impactos ambientais de usinas fotovoltaicas na região, identificando tanto efeitos positivos quanto negativos. Os objetivos incluem avaliar a evolução da quantidade de usinas e potência gerada ao longo dos anos e analisar 10 Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para quantificar os impactos socioambientais. A metodologia utilizou dados da ANEEL e análise de EIA/RIMA, identificando e quantificando os principais impactos ambientais associados à instalação e operação dessas usinas. Os resultados mostram que a energia solar traz mais benefícios do que desvantagens. A maior potência registrada para uma única usina superou 1 GW, enquanto o total de impactos positivos foi de 211 e os negativos, 408. Os principais impactos negativos estão relacionados a alterações na biodiversidade, compactação do solo e uso de água, especialmente durante a fase de instalação. Contudo, esses impactos são localizados, temporários e podem ser mitigados com medidas como replantio de vegetação, monitoramento da fauna e uso eficiente dos recursos hídricos. Além disso, a instalação de usinas em áreas degradadas ou improdutivas minimiza a pressão sobre ecossistemas sensíveis. Por outro lado, os benefícios das usinas solares são significativos e de longo prazo. A geração de energia fotovoltaica não emite gases de efeito estufa durante a operação, ajudando a mitigar as mudanças climáticas. O Nordeste, com seu alto potencial solar, também se destaca pelo desenvolvimento econômico regional, criação de empregos e diversificação da matriz energética, reduzindo a dependência de fontes tradicionais, como hidrelétricas e termelétricas. Conclui-se que a energia solar é uma alternativa viável e sustentável para a diversificação da matriz energética brasileira, especialmente no Nordeste. Apesar dos desafios, como a necessidade de padronização de diretrizes e monitoramento contínuo, os benefícios ambientais, sociais e econômicos superam os impactos negativos. A longo prazo, a geração solar oferece um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, consolidando-se como uma das principais soluções para um futuro energético sustentável no Brasil.

In Brazil, the installed solar energy capacity increased from 1 MWp in 2011 to 14,898.84 MW in 2024, establishing the country as a leader in Latin America. The Northeast has emerged as an important hub for solar generation, rising from less than 1 GW in 2017 to over 4.5 GW in 2021. This study analyzed the environmental impacts of photovoltaic plants in the region, identifying both positive and negative effects. The objectives include evaluating the growth in the number of plants and generated capacity over the years and analyzing 10 Environmental Impact Studies (EIA/RIMA) to quantify socio-environmental impacts. The methodology used data from ANEEL and analysis of EIA/RIMA reports, identifying and quantifying the main environmental impacts associated with the installation and operation of these plants. The results show that solar energy offers more benefits than disadvantages. The highest capacity recorded for a single plant exceeded 1 GW, while the total positive impacts were 211, and negative impacts totaled 408. The main negative impacts are related to changes in biodiversity, soil compaction, and water use, particularly during the installation phase. However, these impacts are localized, temporary, and can be mitigated through measures such as vegetation replanting, wildlife monitoring, and efficient resource management. Additionally, installing plants in degraded or low-productivity areas reduces pressure on sensitive ecosystems. On the other hand, the benefits of solar plants are significant and long-lasting. Photovoltaic energy generation does not emit greenhouse gases during operation, helping to mitigate climate change. The Northeast, with its high solar potential, also stands out for regional economic development, job creation, and diversification of Brazil's energy matrix, reducing reliance on traditional sources such as hydropower and thermoelectric plants. It is concluded that solar energy is a viable and sustainable alternative for diversifying Brazil's energy matrix, especially in the Northeast. Despite challenges such as the need for standardized guidelines and continuous monitoring, the environmental, social, and economic benefits outweigh the negative impacts. In the long term, solar generation offers a balance between economic development and environmental preservation, establishing itself as one of the most promising solutions for a sustainable energy future in Brazil.