Abstract:
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O número de idosos, não só no Brasil como no mundo, vem aumentando de maneira contínua e, juntamente com este fator, há um incremento das demandas em vários campos relacionados ao envelhecimento, principalmente aqueles ligados a saúde. Nesse sentido, torna-se necessário maior atenção e intervenções voltadas a ações para redução das desigualdades sociais objetivando o envelhecimento com saúde. Objetivou-se neste estudo, investigar a associação das desigualdades sociais com o estado de saúde em idosos brasileiros, com dados provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. O desfecho considerado foi o estado de saúde, que engloba a multimorbidade, a incapacidade funcional e os sintomas depressivos. As associações foram analisadas por meio de regressão Logística Multinomial. Entre os fatores associados ao estado de saúde regular, destacaram-se o sexo feminino (RC:1,64, IC95%: 1,45-1,86) e a menor escolaridade (RC:1,33, IC95%: 1,06-1,66). Na análise do estado de saúde ruim, as mulheres apresentaram chance de um estado de saúde ruim quase três vezes maior em comparação aos homens (RC:2,91, IC95%: 2,55-3,22). Ao mesmo tempo observou-se que, à medida que os níveis de escolaridade diminuem, as chances de um estado de saúde ruim aumentam, onde idosos sem instrução ou com nível fundamental incompleto apresentaram uma chance 192% maior de pertencer a essa em relação àqueles com nível superior completo (RC: 2,92, IC95%: 2,27-3,74). Similarmente, idosos que têm renda de até um salário-mínimo apresentam quase o dobro de chance de um estado de saúde ruim (RC: 1,88, IC95%: 1,51-2,35) em comparação aos que recebem mais de três salários-mínimos. Os achados ressaltam a urgência de ações para enfrentar as desigualdades em saúde entre idosos, com potencial para influenciar políticas públicas de saúde e sociais, ao fornecer subsídios para a formulação de estratégias voltadas à redução dessas desigualdades. |