Do dreadnought ao Tratado Naval de Washington: A corrida naval no início do século XX

Abstract

Este trabalho analisa o impacto do Tratado Naval de Washington nas relações entre as grandes potências, no contexto histórico da corrida naval do início do século XX. A pesquisa examina se o tratado contribuiu para a redução da corrida armamentista naval iniciada pelas mudanças políticas e tecnológicas da virada do século, e em que medida contribuiu para a estabilidade internacional. A hipótese é de que o tratado, ao limitar a construção de navios capitais, conseguiu reduzir a corrida armamentista, mas que a estabilidade internacional não foi plenamente alcançada. A análise se baseia em uma abordagem realista das relações internacionais e utiliza análise documental e revisão de literatura para examinar o contexto histórico do tratado, seus termos e consequências. O trabalho argumenta que, embora o tratado tenha limitado a construção de navios capitais, as potências encontraram alternativas para fortalecer suas posições estratégicas, como o desenvolvimento de cruzadores, submarinos e aviação naval. Essas alternativas, por sua vez, geraram novas formas de competição, evidenciando as limitações do tratado em promover um desarmamento efetivo e duradouro. Apesar de suas limitações, o Tratado Naval de Washington representou um marco na busca por um sistema internacional mais estável no período entreguerras. O acordo demonstrou o potencial da diplomacia para conter a corrida armamentista, mas também as dificuldades em conciliar os interesses das grandes potências em um sistema internacional anárquico. As lições do tratado, contudo, permanecem relevantes para os desafios contemporâneos de controle de armamentos e segurança internacional.

This senior thesis analyzes the impact of the Washington Naval Treaty on the relations among great powers, within the historical context of the early twentieth-century naval race. The research examines whether the treaty contributed to the reduction of the naval arms race initiated by the political and technological changes at the turn of the century, and to what extent it contributed to international stability. The hypothesis is that the treaty, by limiting the construction of capital ships, succeeded in reducing the arms race, but that international stability was not fully achieved. The analysis is based on a realist approach to international relations and uses documentary analysis and literature review to examine the historical context of the treaty, its terms and consequences. The work argues that, although the treaty limited the construction of capital ships, the powers found alternatives to strengthen their strategic positions, such as the development of cruisers, submarines, and naval aviation. These alternatives, in turn, generated new forms of competition, highlighting the limitations of the treaty in promoting effective and lasting disarmament. Despite its limitations, the Washington Naval Treaty represented a milestone in the search for a more stable international system in the interwar period. The agreement demonstrated the potential of diplomacy to contain the arms race but also the difficulties in reconciling the interests of the great powers in an anarchic international system. The lessons of the treaty, however, remain relevant to contemporary challenges of arms control and international security.