A madame : em busca de uma pedagogia feminista do cinema, voltada à infância, a partir da cineasta pioneira Alice Guy

Abstract

Esta tese apresenta a cartografia de uma pesquisadora que promove encontros educativos, com filmes da cineasta pioneira Alice Guy, invisibilizada na história do cinema. A partir de uma experiência no contexto de pandemia, o Coletivo Cinema de Meninas, os encontros entre a pesquisadora, as crianças e os filmes da cineasta, revelaram possibilidades e potencialidades de aproximações entre cinema, infância e feminismos na educação. Como a cineasta pioneira Alice Guy, invisibilizada pela história, nos ajuda, hoje, a pensar uma pedagogia feminista do cinema, através de experiências com e a partir dos seus filmes? A tese se vale da cartografia como uma forma de pesquisar que considera o processo de sua própria construção. As brechas e aquilo que escapa durante uma pesquisa em educação são levados em consideração. A cartografia é uma forma de pesquisar que se tece no caminhar, como um bordado, com frente e verso. Há falhas, tropeços, reflexões e perguntas que formulam novas perguntas. A pesquisadora adota uma perspectiva feminista, em especial sustentada por Gerda Lerner e bell hooks, autoras que acreditam na produção de equidade na formação das crianças e na educação de mulheres. E adota a perspectiva de Alain Bergala com sua hipótese cinema, e de María Zambrano, em que a experiência é fundamental no processo de aprendizagem. Há ainda uma atenção à biografia escrita por Alice Guy e à pesquisa de Alison McMahan que cartografou a vida e obra da cineasta. Há descobertas da pesquisadora, caminhos incertos, costurados às vozes de outras mulheres e revisitando as próprias experiências de infância e a ausência de mulheres na sua formação. Como resultado, percebe-se a importância do enaltecimento de mulheres na relação cinema e educação, em que possamos apresentar Alice Guy e outras cineastas pioneiras e contemporâneas, para que as crianças acessem referências femininas na sua formação.

Abstract: This thesis presents the cartography of a researcher who promotes educational meetings, with films of the pioneer filmmaker Alice Guy, invisibilized in the history of cinema. From an experience in the context of pandemic, the Coletivo Cinema de Meninas, the meetings between the researcher, the children and the filmmaker?s films, revealed possibilities and potentialities of approaches between cinema, childhood and feminisms in education. How does pioneering filmmaker Alice Guy, invisibilized by history, help us today to think a feminist pedagogy of cinema, through experiences with and from her films? The thesis uses cartography as a form of research that considers the process of its own construction. The gaps and what escapes during research in education are taken into account. Cartography is a way of researching that is weaved in the walk, as an embroidery, with front and back. There are gaps, stumbles, reflections and questions that formulate new questions. The researcher adopts a feminist perspective, especially supported by Gerda Lerner and bell Hooks, authors who believe in the production of equity in children?s education and women?s education. And it adopts the perspective of Alain Bergala with his film hypothesis, and María Zambrano, in which experience is fundamental in the learning process. There is also an attention to the biography written by Alice Guy and the research of Alison McMahan who mapped the life and work of the filmmaker. There are discoveries of the researcher, uncertain paths, sewn to the voices of other women and revisiting their own childhood experiences and the absence of women in their training. As a result, it is perceived the importance of praising women in the relationship cinema and education, in which we can present Alice Guy and other pioneering and contemporary filmmakers, so that children access female references in their training.