Ética ambiental, ecologia profunda e o paradigma emergente

DSpace Repository

A- A A+

Ética ambiental, ecologia profunda e o paradigma emergente

Show full item record

Title: Ética ambiental, ecologia profunda e o paradigma emergente
Author: Targa, Dante Carvalho
Abstract: Esta tese pretende sinalizar e caracterizar dois universos teóricos que merecem atenção neste momento de emergência climática. Há mais de cinquenta anos, a Filosofia Ambiental tem se dedicado à tarefa de examinar criticamente as diferentes relações que vamos estabelecendo com a natureza mais que humana. Neste mesmo período, também se fortaleceu a percepção de que certos pressupostos fundamentais da cosmovisão científica moderna foram abalados por um número crescente de desenvolvimentos teóricos de vanguarda na física, na biologia e em outras áreas da ciência. Tal percepção alimentou um pulso de reflexão inter e transdisciplinar acerca da emergência de um novo paradigma para o pensamento científico e filosófico contemporâneo. Neste trabalho, estabeleço como ecofilosofias as abordagens não antropocêntricas da filosofia ambiental, que assumem um caráter emancipatório em termos socioculturais e epistêmicos. E tento apontar, no cerne da reflexão acerca do paradigma emergente, a consolidação de uma perspectiva teórica inovadora, ainda em processo de maturação; o pensamento sistêmico-complexo. Nos capítulos iniciais, elaboro uma incursão introdutória ao pensamento ecologista e aos primeiros passos da filosofia ambiental na academia, para então me concentrar nos principais elementos teóricos de duas abordagens ecofilosóficas: a ética ambiental e a ecologia profunda. Ganham destaque as éticas ecocêntricas de Holmes Rolston III e J.B. Callicott, bem como a elaborações de Arne Naess e Warwick Fox em torno da ecologia profunda. Procedo, em seguida, uma revisão do conceito de paradigma à luz das contribuições de Stephen Sterling para um pensamento sistêmico integral. Os capítulos finais se propõem a: i) uma caracterização do aspecto epistêmico do paradigma emergente, mobilizado por desenvolvimentos no campo da física quântica, das teorias sistêmicas clássicas, da auto-organização, da dinâmica não-linear, das teorias das estruturas dissipativas e da autopoiese; ii) uma reflexão sobre as implicações do pensamento sistêmico-complexo e seus potenciais desvios; iii) um exame das aproximações entre aspectos das éticas ambientais ecocêntricas e da ecologia profunda e o pensamento sistêmico-complexo. Com isso, pretendo sustentar que as ecofilosofias e o pensamento sistêmico-complexo vislumbraram a emergência de um novo paradigma de conhecimento por itinerários distintos, que agora podem ser melhor explicitados, convergindo e fertilizando-se mutuamente.Abstract: This PhD dissertation aims to signal and characterize two theoretical universes that deserve attention at this time of climate emergency. For more than fifty years, Environmental Philosophy has been dedicated to the task of critically examining the different relationships that we establish with more-than-human nature. During this same period, the sense that certain fundamental assumptions of the modern scientific worldview were undermined by an increasing number of cutting-edge theoretical developments in physics, biology, and other areas of science, got stronger. This perception fueled a pulse of inter and transdisciplinary reflection on the emergence of a new paradigm for contemporary scientific and philosophical thought. In this work, I specify as ecophilosophies non-anthropocentric approaches to environmental philosophy, which assume an emancipatory character in sociocultural and epistemic terms. And I try to point out, at the heart of the reflection on the emerging paradigm, the consolidation of an innovative theoretical perspective, still in the process of maturation; systemic-complex thinking. In the initial chapters, I provide an introductory foray into ecological thought and the first steps of academic environmental philosophy, and then focus on the main theoretical elements of two ecophilosophical approaches: environmental ethics and deep ecology. The ecocentric ethics of Holmes Rolston III and J.B. Callicott stand out, as well as the elaborations of Arne Naess and Warwick Fox around deep ecology. I then proceed a review of the concept of paradigm in light of Stephen Sterling's contributions to integral systemic thinking. The final chapters propose: i) a characterization of the epistemic aspect of the emerging paradigm, mobilized by developments in the field of quantum physics, classical systemic theories, self-organization, non-linear dynamics, theories of dissipative structures and autopoiesis; ii) a reflection on the implications of complex-systemic thinking and its potential deviations; iii) an examination of the similarities between aspects of ecocentric environmental ethics and deep ecology and complex systemic thinking. With this, I intend to maintain that ecophilosophies and systemic-complex thinking envisioned the emergence of a new paradigm of knowledge through distinct itineraries, which can now be better explained, converge and fertilize each other.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2024.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/263010
Date: 2024


Files in this item

Files Size Format View
PFIL0489-T.pdf 1.769Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar