Estabilização atlantoaxial para correção de subluxação secundária a agenesia de processo odontoide: relato de caso

Abstract

A subluxação atlantoaxial ocorre como consequência da instabilidade da articulação, cujas alterações mais vistas estão associadas com o processo odontoide, como agenesia ou hipoplasia, avulsão ou não união do processo odontoide com o áxis. Tem maior prevalência em cães de raças pequenas e toy, como Poodle miniatura, Chihuahua, Yorkshire Terrier, Lulu da Pomerânia e Pequinês. O grau dos sinais clínicos de um paciente está correlacionado com o nível de compressão medular pela subluxação, podendo variar de uma dor no pescoço a uma paralisia. O tratamento clínico é baseado na imobilização de cabeça e pescoço e no uso de analgésicos e anti-inflamatórios, enquanto o cirúrgico possui abordagens ventrais e dorsais para a estabilização permanente da articulação atlantoaxial. O presente trabalho tem o intuito de relatar o caso de uma paciente canina, da raça Yorkshire Terrier, com 4 meses de idade, que apresentava sinais sugestivos de subluxação atlantoaxial, sendo confirmado através do exame de imagem tomográfica, constatando que a subluxação era secundária a agenesia de processo odontoide. Foi realizado tratamento cirúrgico através da técnica de estabilização ventral com pinos e cimento ósseo, porém, 36 horas após a cirurgia, a paciente veio a óbito.

The atlantoaxial subluxation occurs as a consequence of joint instability, with the most common alterations being associated with the odontoid process, such as agenesis or hypoplasia, avulsion, or non-union of the odontoid process with the axis. It has a higher prevalence in small and toy dog breeds, such as Miniature Poodle, Chihuahua, Yorkshire Terrier, Pomeranian, and Pekingese. The severity of clinical signs in a patient is correlated with the level of spinal cord compression due to the subluxation, ranging from neck pain to paralysis. Clinical treatment is based on head and neck immobilization, along with the use of analgesics and anti-inflammatory drugs, while surgical treatment includes ventral and dorsal approaches for permanent stabilization of the atlantoaxial joint. This study aims to report a case of a 4-month-old Yorkshire Terrier presenting with signs suggestive of atlantoaxial subluxation, confirmed by computed tomography, which revealed that the subluxation was secondary to agenesis of the odontoid process. Surgical treatment was performed using the ventral stabilization technique with pins and bone cement; however, 36 hours after surgery, the patient succumbed.