A promoção da saúde na universidade pública: um olhar do médico do trabalho

Abstract

A presente pesquisa tem como objetivo compreender como os médicos do trabalho da UFSC concebem a promoção da saúde em suas práticas laborativas. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa cuja coleta de informações, compreendeu em um primeiro momento, a pesquisa bibliográfica e documental, seguida da realização de entrevistas semiestruturadas junto aos sete médicos do trabalho responsáveis pela saúde ocupacional dos servidores da UFSC e dos Órgãos partícipes da cooperação SIASS/UFSC. A análise das informações coletadas foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa apontam que os Médicos do Trabalho, concebem que a promoção da saúde, se materializa em diagnóstico, em prevenção para Promover a Saúde. Todavia, os desafios encontrados se consubstanciam no processo da gestão, na burocratização, diante das condições de trabalho por eles vivenciados, bem como da necessidade de um processo formativo das diretrizes da Política Pública e Institucional de Promoção da Saúde. Os médicos do trabalho, com o excesso de burocratização das suas atividades, ficam de certa forma impossibilitados, de produzirem indicadores básicos para colaborar na discussão sobre promoção da saúde, baseada na ciência, por meio da realização de exames periódicos, por exemplo. Esta é a condição básica, para promover a saúde, mas esta prática também cai em um vazio laborativo, se não for potencializado efetivas ações que venham a promover saúde de modo multiprofissional, ou seja, para além da lente do médico do trabalho. Uma contradição se revela: Ao mesmo tempo que o médico do trabalho tem ciência de como promover saúde, ele nega a amplitude da prática da promoção da saúde, por estar distante das diretrizes psicossociais e material do que é promover saúde. Olhar para a promoção da saúde dos servidores é vital para a universidade manter-se coerente com a proposição do seu papel social, criando valor público e impulsionando a defender, e se posicionar como instituição social.

Abstract: This study aims to understand how occupational physicians at the Federal University of Santa Catarina (UFSC) conceive health promotion in their work practices. This is a qualitative study whose information gathering initially comprised bibliographical and documentary research, followed by semi-structured interviews with seven occupational physicians responsible for the occupational health of UFSC employees and the participating bodies of the Integrated Subsystem of Health Care for Federal Public Servants - SIASS/UFSC cooperation. The information collected was analyzed using the content analysis technique. The results of the research indicate that occupational physicians believe that health promotion materializes in diagnosis and prevention in order to promote health. However, the challenges encountered are embodied in the management process, in bureaucratization, in the working conditions they experience, as well as the need for a training process in the guidelines of the Public and Institutional Health Promotion Policy. With the excessive bureaucratization of their activities, occupational physicians are somewhat unable to produce basic indicators to collaborate in the discussion on health promotion, based on science, by carrying out periodic examinations, for example. This is the basic condition for promoting health, but this practice also falls into a labor void if effective actions are not taken to promote health in a multi-professional way beyond the lens of the occupational physician. A contradiction is revealed: at the same time as the occupational physician is aware of how to promote health, he denies the breadth of the practice of health promotion, because he is distant from the psychosocial and material guidelines of what it means to promote health. Looking at health promotion of civil servants is vital for the university to remain consistent with the proposition of it?s social role, creating public value and boosting the defense and it?s position as a social institution.