Igualitarismo estrito e suas implicações para os animais não humanos

Abstract

O propósito desta dissertação consiste em examinar as implicações que os princípios normativos do Igualitarismo Estrito têm para os animais não humanos, com o intuito de preencher uma lacuna identificada em grande parte da literatura sobre o assunto, a qual não discute as consequências dessa perspectiva para os animais não humanos. Embora o Igualitarismo Estrito inclua todos os seres capazes de sofrer e ter prazer no escopo de consideração moral, e valore como bom diminuir a desigualdade de bem-estar entre os sujeitos sencientes desde que ninguém fique em uma situação pior que estava, grande parte dos textos sobre o tema negligencia as prescrições dessa perspectiva para os indivíduos que não pertencem à espécie humana. Considerando que esses animais atendem ao critério de consideração moral da abordagem e que são os entes mais desfavorecidos no planeta, e que o Igualitarismo Estrito tem como objetivo a diminuição da desigualdade de bem-estar entre os seres sencientes desde que ninguém fique em uma situação pior que estava, esse ponto de vista acarreta que eles devem ser incluídos na esfera de consideração moral, e que recebam uma priorização instrumental de atendimento. No entanto, muitas obras sobre o Igualitarismo Estrito omitem essas determinações, deixando de discutir as implicações deste ponto de vista para os animais não humanos e, portanto, não alcançando os objetivos dessa abordagem. Com intuito de discutir essas inferências, conduz-se uma investigação por meio de uma metodologia Top Down, que utiliza argumentos de raciocínio dedutivo, no qual a premissa maior é um princípio normativo e a premissa menor é um caso particular ao qual ele se aplica. Para tanto, os princípios do Igualitarismo Estrito são empregados como normativos, e as consequências desse ponto de vista para os animais não humanos são utilizadas como o caso particular.

Abstract: The purpose of this dissertation is to examine the implications of the normative principles of Strict Egalitarianism for non-human animals, with the aim of filling a gap identified in much of the literature on the subject, which does not address the consequences of this perspective for non-human animals. Although Strict Egalitarianism includes all sentient beings within the scope of moral consideration, and values reducing inequality of well-being among sentient beings as good as long as no one is left worse off than they were, much of the literature on this topic neglects the prescription of this approach for sentient beings that do not belong to the human species. Considering that these animals meet the moral consideration criterion of the approach, that they are the most disadvantaged beings on the planet, and that Strict Egalitarianism aims to reduce inequality of well-being among sentient beings as long as no one is left in a situation worse than it was, this approach implies that they must be included in the sphere of moral consideration and receive an instrumental prioritization of care. However, many works on Strict Egalitarianism omit these prescriptions, failing to discuss the implications of this view for non-human animals and therefore failing to achieve the goals of this approach. In order to discuss these implications, an investigation is conducted using top-down methodology, which uses deductive reasoning arguments in which the major premise is a normative principle and the minor premise is a particular case to which the principle applies. To this end, the principles of Strict Egalitarianism are employed as normative principles, and the implications of this approach for non-human animals are used as a particular case.