Abstract:
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Nos últimos anos, Florianópolis tem se destacado em rankings e manchetes como uma das capitais mais atrativas para o turismo, mais competitivas economicamente e com maiores índices de desenvolvimento Humano. Esse reconhecimento crescente é resultado do uso estratégico das ferramentas de city marketing, visando à criação de um imaginário da cidade para captação de investimentos externos, turistas e novos moradores. Dentre essas ferramentas, estão os grandes equipamentos culturais, como museus, teatros, salas de concertos, centros de convenções etc. O presente trabalho analisa como o city marketing tem sido utilizado pelo poder público de Florianópolis para criar imagens e mitos sobre a cidade, com foco na utilização de equipamentos culturais como iscas para projetos que visam “revitalizar” a porção leste do centro fundacional da cidade e transformá-la em uma incubadora de economia criativa. A pesquisa examina as estratégias de city marketing e seus impactos na percepção da cidade e nas dinâmicas sociais e econômicas locais. Analisa ferramentas de promoção urbana e exemplos bem-sucedidos na reestruturação de imagens nacionais e internacionais, além de discutir conceitos como ideologia e pensamento único com base em autores como Chauí e Otília Arantes. Com um levantamento histórico, aborda a deterioração do centro fundacional de Florianópolis, destacando ações públicas e privadas nas porções leste e oeste. Por fim, investiga equipamentos culturais no Centro Leste, como os museus Victor Meirelles, da Escola Catarinense e de Florianópolis, bem como a proposta do Museu de Arte Digital e Inovação, evidenciando suas relações com as dinâmicas locais e a articulação com a prefeitura. Por fim, entendeu-se que existe uma dinâmica cultural forte e integrada no Centro Leste, mas sem apoio do poder público municipal, que busca ancorar, através da instalação do MADI, uma “revitalização” do centro fundacional. |