Title: | Efeito do desempenho Environmental, Social and Governance (ESG) e da cultura nacional na resiliência organizacional |
Author: | Dalcero, Kátia |
Abstract: |
O objetivo geral da tese visa verificar a influência do desempenho ESG e da cultura nacional na resiliência organizacional das empresas. Para atender ao objetivo geral da tese, foram desenvolvidos três estudos. O primeiro visa compreender como a literatura anterior aborda a relação entre ESG e resiliência organizacional. Assim, foram coletados artigos disponíveis nas bases da Scopus e Web of Science, por intermédio do código de busca que integra os termos relacionados ESG e resiliência organizacional. A amostra do portfólio de artigos analisados foi de 142 artigos, divididos em 8 clusters, de acordo com o agrupamento de palavras-chave relacionadas. Para análise das características dos artigos e interação das temáticas investigadas por palavras-chave, foi utilizado o pacote Bibliometrix, disponível no RStudio. Os resultados principais demonstram um aumento do interesse de investigações sobre a relação entre ESG e resiliência organizacional, após a crise provocada pela pandemia da Covid19. E os pesquisadores utilizaram proxies de desempenho que refletem principalmente o retorno do preço das ações como medidas de resiliência organizacional. Podemos concluir no primeiro estudo que a literatura sobre a relação entre ESG e resiliência organizacional apresenta resultados distintos e que há poucas investigações sobre como fatores institucionais e culturais das firmas e países moderam esta relação. O segundo estudo busca verificar a influência do desempenho e da divulgação ESG na resiliência organizacional das empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. A análise de apenas um país emergente é relevante para compreender como o ESG impacta na construção da capacidade de resiliência de curto e longo prazo. E, se o desempenho e divulgação ESG protegeram as empresas durante o enfrentamento de crises financeiras e recessões econômicas. A amostra do estudo é composta por 61 empresas, e foi utilizado o modelo de regressão com dados empilhados em painel, com estimação por mínimos quadrados ordinários (MQO), com efeitos aleatórios e com erros-padrões robustos. Os principais resultados identificam que o desempenho ESG influencia a resiliência organizacional de curto e longo prazo. E que a divulgação ESG tem efeito positivo durante os períodos de enfrentamento de crises, auxiliando as empresas a se proteger dos efeitos negativos e serem mais resilientes nestes períodos. Assim, os gestores e stakeholders, bem como as empresas, podem se beneficiar dos investimentos em ESG para melhorar o desempenho empresarial durante os períodos de enfrentamento de choques externos, criando empresas mais resilientes. O terceiro estudo tem por objetivos verificar o efeito moderador das dimensões da cultura nacional (distância de poder, individualismo, masculinidade e aversão à incerteza) na relação entre desempenho ESG e resiliência organizacional. Destaca-se que os valores culturais predominantes de uma sociedade são refletidos na tomada de decisão de gestores sobre o engajamento em ações que visam à melhoria ESG e de como as empresas irão enfrentar as crises financeiras e se proteger de seus efeitos negativos. Para que seja possível capturar os efeitos culturais de diferentes contextos sociais, a seleção da amostra das pesquisas compreende todas as empresas de capital aberto localizadas nos países que compõem o G20, totalizando uma amostra de 6.096, que estão inseridas nos continentes da América, Ásia, Europa e Oceania. Para a análise dos dados e teste das hipóteses, foi utilizado o modelo de regressão com dados em painel empilhados, e a estimação por mínimos quadrados ordinários (MQO), com erros padrões robustos e com efeitos fixos da indústria e ano. Os principais resultados evidenciam que o desempenho ESG anterior e a cultura nacional influenciam a resiliência organizacional, durante o período de enfrentamento ao choque provocado pela crise financeira da pandemia da Covid19. E, que as dimensões de distância de poder e individualismos moderam a relação entre ESG e resiliência organizacional, com efeitos negativo e positivo, respectivamente. Podemos concluir que os internalizam os valores da sociedade ao tomarem decisões sobre o engajamento em ações ESG que podem impactar em melhores desempenhos da empresa e torná-las mais resilientes em cenários de crises. Portanto, conclui-se a tese de que, na ocorrência de choques externos, os investimentos que melhoram o desempenho ESG consistem em um mecanismo de proteção para as empresas dos impactos negativos das crises. E que nos contextos culturais em que a menor percepção de distância de poder e maior nível de individualismo aumentam o engajamento das empresas na implementação de ações ESG e no aumento da resiliência organizacional, durante o enfrentamento de choques exógenos. Abstract: The general objective of the thesis is to verify the influence of ESG performance and national culture on the organizational resilience of companies. To meet the general objective of the thesis, three studies were developed. The first aim is to understand how the previous literature addresses the relationship between ESG and organizational resilience. Thus, articles available in the Scopus and Web of Science databases were collected through the search code that integrates the terms related to ESG and organizational resilience. The sample portfolio of articles analyzed was 142 articles divided into 8 clusters, according to the grouping of related keywords. The Bibliometrix package, available in RStudio, was used to analyze the characteristics of the articles and the interaction of the themes investigated by keywords. The main results show an increase in interest in investigations on the relationship between ESG and organizational resilience after the crisis caused by the Covid-19 pandemic. Researchers used performance proxies that mainly reflect stock price returns as measures of organizational resilience. We can conclude from the first study that the literature on the relationship between ESG and organizational resilience presents different results and that there are few investigations on how institutional and cultural factors of firms and countries moderate this relationship. The second study seeks to verify the influence of ESG performance and disclosure on the organizational resilience of Brazilian non-financial publicly traded companies. The analysis of only one emerging country is relevant to understanding how ESG impacts the construction of short- and long-term resilience capacity. And whether ESG performance and disclosure protected companies during the confrontation of financial crises and economic recessions. The study sample consists of 61 companies, and the regression model with panel data stacked, with estimation by ordinary least squares (OLS), with random effects, and with robust standard errors was used. The main results identify that ESG performance influences short- and long term organizational resilience. And that ESG disclosure has a positive effect during crisis confrontations, helping companies protect themselves from negative effects and be more resilient in these periods. Thus, managers, stakeholders, and companies can benefit from investments in ESG to improve business performance during periods of external shock confrontation, creating more resilient companies. The third study aims to verify the moderating effect of the dimensions of national culture (power distance, individualism, masculinity, and uncertainty avoidance) on the relationship between ESG performance and organizational resilience. It is noteworthy that the prevailing cultural values of a society are reflected in the decision-making of managers on the engagement in actions aimed at improving ESG and how companies will face financial crises and protect themselves from their negative effects. To capture the cultural effects of different social contexts, the selection of the sample of the research comprises all publicly traded companies located in the countries that make up the G20, totaling a sample of 6,096, which are inserted in the continents of America, Asia, Europe, and Oceania. For data analysis and hypothesis testing, the regression model with panel data stacked and the estimation by ordinary least squares (OLS) with robust standard errors and with fixed effects of industry and year were used. The main results show that previous ESG performance and national culture influence organizational resilience during the period of confrontation with the shock caused by the financial crisis of the COVID-19 pandemic. And that the dimensions of power distance and individualism moderate the relationship between ESG and organizational resilience, with negative and positive effects, respectively. We can conclude that managers internalize the values of society when making decisions about engaging in ESG actions that can impact better company performance and make them more resilient in crisis scenarios. Therefore, it is concluded that in the occurrence of external shocks, investments that improve ESG performance consist of a protection mechanism for companies from the negative impacts of crises. And that in cultural contexts where the lower perception of power distance and the higher level of individualism increase the engagement of companies in the implementation of ESG actions and in the increase of organizational resilience, during the confrontation of exogenous shocks. |
Description: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Programa de Pós-Graduação em Contabilidade, Florianópolis, 2024. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/263864 |
Date: | 2024 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
PPGC0308-T.pdf | 1.844Mb |
View/ |