Fotobiomodulação associada ao tratamento fisioterapêutico de indivíduos com epicondilose lateral: ensaio clínico randomizado

Abstract

A epicondilose lateral (EL) é uma condição dolorosa e incapacitante. É considerada autolimitada, porém os sintomas tornam a qualidade de vida um desafio, em função da dor e limitação funcional. Diversas possibilidades terapêuticas são recomendadas e utilizadas, entre elas a fotobiomodulação (FBM). No entanto, não encontramos estudos que abordaram doses maiores de FBM na EL. Objetivos: verificar os efeitos da adição do uso de FBM em doses maiores que as apontadas na literatura. Metodologia: 40 voluntários com EL foram incluídos e divididos aleatoriamente em: Grupo-1: submetido a FBM com 32 Joules de energia e Grupo-2: submetido a 160 Joules de energia. Os dois grupos receberam exercícios terapêuticos durante 8 semanas, totalizando 16 atendimentos, e uma avaliação após 12ª semana do tratamento (follow-up). Um avaliador cegado aplicou os instrumentos de avaliação no 1° dia da intervenção e na 8ª semana de tratamento. A FBM foi realizada com equipamento e-light IRL, com 4 emissores laser infravermelhos e 4 emissores laser vermelhos. Foram coletados o teste de preensão livre de dor, EMG do extensor radial curto do carpo e extensor comum dos dedos durante a preensão no dinamômetro e extensão isométrica máxima do punho e os escores dos questionários DASH e PRTEE. Foi utilizado o teste U de Mann-Whitney para comparação de pontuação média entre os grupos e o teste de Friedman para comparações dentro dos grupos. Resultados: No grupo-1, 17 indivíduos completaram o tratamento e 12 responderam ao follow-up. No grupo-2, 14 indivíduos completaram o tratamento e 12 responderam ao follow-up. Observou-se que o cotovelo direito foi a articulação mais acometida, em 85% dos casos. O tempo médio de duração dos sintomas foi de 5,91 meses. O início dos sintomas foi relacionado à digitação intensa e prática de Beach Tennis. Observou- se uma redução na intensidade da dor, mais evidente no Grupo-1, cuja média passou de 3,95±3,63 para 1,82±2,51, porém sem significância estatística. No teste de força de preensão, observou-se um aumento do sinal de ativação do músculo extensor comum dos dedos em ambos os grupos, enquanto o músculo extensor radial curto do carpo não apresentou variação significativa. Os escores do DASH demonstraram redução após a intervenção, indicando melhora funcional dos participantes. A maior redução foi observada no follow-up, com destaque para o Grupo-1, que apresentou os melhores resultados. Na comparação entre grupos, ambos apresentaram diminuição estatisticamente significativa dos escores. Os escores PRTEE também apresentaram melhora funcional progressiva, com a maior redução dos escores ocorrendo no follow-up. O Grupo-1 apresentou a melhor evolução, embora o Grupo-2 tenha demonstrado um padrão semelhante de melhora. Na análise entre grupos, ambos mostraram redução estatisticamente significativa dos escores, com uma leve inclinação para Grupo-1. Conclusão: nosso estudo apontou que a utilização da FBM na EL com doses de 32J e 160J é eficaz, mostrando resultados significativos de melhora nos índices de PRTEE e DASH. A dose de 32J mostrou melhor resultado do que a de 160J, porém, essa pode ser considerada segura e sem inibir a melhora após sua aplicação.

Abstract: Lateral epicondylosis (LE) is a painful and disabling condition. It is considered self- limiting, but the symptoms make quality of life a challenge due to pain and functional limitation. Several therapeutic possibilities are recommended and used, including photobiomodulation (PBM). However, we found no studies that addressed higher doses of PBM in LE. Objectives: to verify the effects of adding the use of PBM in doses higher than those indicated in the literature. Methodology: 40 volunteers with LE were included and randomly divided into: Group-1: subjected to PBM with 32 Joules of energy, and Group-2: subjected to 160 Joules of energy. Both groups received therapeutic exercises for 8 weeks, totaling 16 sessions, and an evaluation after the 12th week of treatment (follow-up). A blinded evaluator applied the evaluation instruments on the 1st day of the intervention and in the 8th week of treatment. FBM was performed with e-light IRL equipment, with 4 infrared laser emitters and 4 red laser emitters. The pain-free grip test, EMG of the extensor carpi radialis brevis, and extensor digitorum communis during gripping on the dynamometer and maximum isometric wrist extension, and the scores of the DASH and PRTEE questionnaires were collected. The Mann-Whitney U test was used for comparison of mean scores between groups, and the Friedman test for comparisons within groups. Results: In Group-1, 17 individuals completed the treatment and 12 responded to the follow-up. In Group-2, 14 individuals completed the treatment and 12 responded to the follow-up. It was observed that the right elbow was the most affected joint, in 85% of the cases. The average duration of symptoms was 5.91 months. The onset of symptoms was related to intense typing and beach tennis practice. A reduction in pain intensity was observed, more evident in Group 1, whose mean went from 3.95±3.63 to 1.82±2.51, but without statistical significance. In the grip strength test, an increase in the activation signal of the common extensor muscle of the fingers was observed in both groups, while the short radial extensor muscle of the carpus showed no significant variation. The DASH scores showed a reduction after the intervention, indicating functional improvement in the participants. The greatest reduction was observed at follow-up, with emphasis on Group 1, which presented the best results. In the comparison between groups, both presented a statistically significant decrease in scores. The PRTEE scores also showed progressive functional improvement, with the greatest reduction in scores occurring at follow-up. Group 1 presented the best evolution, although Group 2 demonstrated a similar pattern of improvement. In the analysis between groups, both showed a statistically significant reduction in scores, with a slight inclination towards Group 1. Conclusion: our study showed that the use of PBM in EL with doses of 32J and 160J is effective, showing significant results of improvement in the PRTEE and DASH indices. The 32J dose showed better results than the 160J dose, however, it can be considered safe and does not inhibit the improvement after its application.