Title: | A Internacional Situacionista: uma estudo sobre a relação entre vanguardas históricas e revolução |
Author: | Valente, Vitor Block |
Abstract: |
Esse estudo realiza uma análise da Internacional Situacionista (1957-1972) enquanto um movimento de vanguarda que esteve relacionado à greve de 10 milhões de trabalhadores que abalou a França em maio de 1968. O grupo se reuniu em torno de uma crítica radical ao sistema capitalista através da práxis artístico-política, aliaram os anseios das vanguardas estéticas do início do século XX à teoria revolucionária marxista e publicaram 12 edições da revista Internationalle Situationiste (1957- 1969). Estas edições constituem o material base para abordar o desenvolvimento de sua teoria, assim como dois livros de destaque de seus membros ? A arte de viver para as novas gerações (1967), de Raoul Vaneigem, e a Sociedade do Espetáculo (1967), de Guy Debord? igualmente nos auxiliam nesta compreensão. Outro livro publicado em associação com os Enrangés - Enragés e Situacionistas nos movimentos de ocupações (1968) - relatando sua participação no Maio-Junho francês, é escolhido como a principal fonte para situar sua atuação durante este período. A Internacional Situacionistas carrega uma história repleta de conflitos na intenção de radicalizar sua práxis e manter a coerência interna revolucionária. Entre os anos de 1960 e 1962, passa por momentos conturbados para superar a separação entre a crítica da economia política e a crítica da cultura no interior do debate das vanguardas. Redimensionando sua atuação, seus escritos incentivam e entram em sintonia com os anseios e reivindicações das massas em 1968. A hipótese desta pesquisa versa sobre a indivisível relação, proposta pelos situacionistas, entre a crítica política e a crítica cultural como potencial histórico e teórico-prático para a derrubada do ?espetáculo?, no sentido de extinção da separação entre os ideais das vanguardas e o movimento de massa. Partindo de inspiração marxista heterodoxa, como delimitado por João Bernardo e Anton Pannekoek, a intenção deste estudo é debater a teoria dos situacionistas em seu conjunto, relacionando os seus diferentes períodos com as críticas recebidas ? como de Jean Barrot e Mario Perniola, para, enfim, analisar sua participação e interpretação do maio de 1968. Em perspectiva ampliada busca-se, com base na teoria dos situacionistas e na interpretação do maio de 1968, desvelar contribuições críticas para a relação entre vanguardas e revolução. Abstract: This study analyzes the Situationist International (1957?1972) as an avant-garde movement connected to the strike of 10 million workers that shook France in May 1968. The group united around a radical critique of the capitalist system through artistic and political praxis, combining the aspirations of early 20th-century aesthetic avant-gardes with Marxist revolutionary theory. They published 12 issues of the journal Internationale Situationniste (1957?1969), which serve as the primary material for examining the development of their theory. Additionally, two prominent books by its members?The Revolution of Everyday Life (1967) by Raoul Vaneigem and The Society of the Spectacle (1967) by Guy Debord?also contribute to this understanding. Another book, published in association with the Enragés, Enragés and Situationists in the Occupations Movement (1968), which narrates their participation in the French May?June uprisings, is selected as the main source to contextualize their actions during this period. The Situationist International has a history marked by conflicts in its effort to radicalize its praxis and maintain internal coherence in confronting capitalism. Between 1960 and 1962, the group experienced turbulent moments as it sought to overcome the divide between the critique of political economy and the critique of culture within avant-garde debates. By reframing their approach, their writings encourage and aligned with the aspirations and demands of the masses in 1968. The hypothesis of this research concerns the indivisible relationship, proposed by the Situationists, between political critique and cultural critique as a historical and theoretical-practical potential to confront capitalism and to transform the aspirations of a revolutionary minority into a conscious majority. The aim of this study is to discuss the Situationists' theory as a whole, relating their different periods to the critiques they received?especially from heterodox Marxism?to ultimately analyze their participation and interpretation of May 1968. From an expanded perspective, this research seeks, through the Situationist theory and May 1968, to uncover critical contributions to the relationship between avant-gardes and revolution. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis, 2025. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/265357 |
Date: | 2025 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
PSOP0780-D.pdf | 1.917Mb |
View/ |