Abstract:
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Introdução: A adaptação de uma protetização de membro inferior é um desafio significativo na clínica devido a complicações musculoesqueléticas e cutâneas, adquiridas por um mal ajuste da interface coto soquete na marcha do paciente. A utilização da termográfica e pontos de calor pode ser considerada recurso adicional útil para identificar pontos de pressão autorreferidos pelos pacientes, prevenir feridas no coto e assim facilitar a sua reabilitação fisioterapêutica e deambulação. Apresentação de caso: Três pacientes de 69, 21 e 73 anos de idade, dois homens e uma mulher, com amputações transfemorais e transtibial participaram do estudo. A primeira etapa da coleta foi composta por anamnese, exame físico inicial, aclimatação e realização de três fotos do coto sem a prótese nos planos anterior, lateral e posterior em ortostatismo com uso de uma câmera termográfica. Na segunda etapa, os pacientes realizavam uma caminhada de 10 minutos com a prótese, uma nova coleta de mais três fotos e era solicitado ao participante a identificação dos pontos de pressão. Resultados: As imagens termográficas dos três participantes revelaram variações de temperatura após a atividade de caminhada, com correspondências relevantes entre os aumentos de calor e a percepção subjetiva de pressão. A participante 1 obteve aumentos de até 2,4°C, principalmente na vista lateral, apesar de não relatar desconforto, exibindo alterações térmicas mesmo na ausência de queixas. O participante 2 apresentou elevações de até 1,6°C em pontos específicos, associadas a relatos de dor de intensidade 6 e 8 na região medial da coxa e terminal do coto, respectivamente. Já o participante 3 teve reduções de temperatura em alguns pontos e aumentos sutis em outros, relatando dor de intensidade 5 e 8 nas mesmas regiões indicadas pelos demais. Discussão: Ajustes na fabricação dos soquetes são dependentes da sensação subjetiva de conforto relatados por cada paciente, o que dificulta principalmente o processo da primeira protetização. Foi visto que regiões de maior temperatura coincidem com pontos de desconforto relatados. A termografia parece auxiliar no ajuste personalizado do soquete, contribuindo para maior conforto, funcionalidade e prevenção de lesões em pacientes amputados uma vez que pode ajudar a identificar pontos de pressão na interface soquete-coto. Pessoas com redução de sensibilidade no coto, podem não oferecer um feedback adequado durante a moldagem da prótese, devendo ser dada especial atenção ao manejo e reabilitação destes pacientes. |