Abstract:
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Introdução: a saúde mental, historicamente moldada por fatores sociais e políticos, é
atualmente entendida como um estado de bem-estar que permite ao indivíduo desenvolver-se
plenamente. A primeira infância, dos 0 aos 6 anos, é uma fase sensível e crucial para o
desenvolvimento integral, influenciada diretamente pelo ambiente e pelas interações sociais.
A educação infantil e seus respectivos profissionais ocupam um papel de destaque na
formação integral das crianças. Nesse cenário, destaca-se também a atuação do enfermeiro na
promoção da saúde mental, por meio de ações preventivas e escuta ativa. Objetivo: descrever
a compreensão e as contribuições sobre a promoção da saúde mental no contexto da primeira
infância de profissionais enfermeiras e professoras que atuam em um Núcleo de
Desenvolvimento Infantil. Método: estudo qualitativo, exploratório-descritivo, realizado entre
novembro de 2024 e maio de 2025, utilizando a entrevista semi estruturada como coleta de
dados. As entrevistas foram realizadas na modalidade online e presencial, posteriormente
foram gravadas e transcritas, e por fim analisadas pela metodologia da análise de conteúdo de
Bardin. Resultados: emergiram cinco categorias que a saber: saúde mental como prerrogativa
para o cuidado integral; o ambiente escolar e a saúde mental das crianças na primeira infância;
saúde mental no contexto da educação infantil: parcerias e contribuições da equipe
multiprofissional e da família; a enfermagem na promoção da saúde mental na educação
infantil; facilidades e dificuldades na promoção da saúde mental na educação infantil.
Evidenciou-se que o ambiente escolar é reconhecido como um espaço central nesse processo,
influenciando o desenvolvimento emocional das crianças, tanto de forma positiva quanto
negativa. A escuta ativa, o brincar, o acolhimento e a convivência com as diferenças são
essenciais. A parceria com as famílias e a atuação de uma equipe multiprofissional, com
destaque para a enfermagem, fortalecem e facilitam as estratégias de cuidado, ampliando a
compreensão das necessidades infantis. Dentre os desafios, destacam-se o diálogo com as
famílias e os limites institucionais. Conclusão: constatou-se, de acordo com a percepção das
participantes, que a saúde mental na primeira infância está intrinsecamente ligada ao cuidado
integral, considerando o desenvolvimento como um processo complexo que envolve o
contexto social, afetivo e relacional da criança. Os participantes reforçam o espaço escolar
como um ambiente estratégico para promover habilidades socioemocionais e o bem-estar,
bem como as equipes multidisciplinares que enriquecem o cuidado com olhares diversos e
diminuem a sobrecarga dos profissionais. A família, como base formativa, é essencial nesse
processo. A enfermagem, com sua visão holística, contribui de forma central na promoção da
saúde mental e na articulação do cuidado integral da criança. |