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O manuseio de quimioterápicos antineoplásicos exige que o enfermeiro possua
formação específica, conhecimento técnico e compromisso com práticas seguras,
devido à alta toxicidade dessas substâncias e aos riscos ocupacionais envolvidos.
Medidas rigorosas de biossegurança, monitoramento contínuo da saúde dos
profissionais e adesão a protocolos institucionais são essenciais para garantir tanto
a proteção do trabalhador quanto a segurança do paciente. No entanto, observa-se
que essa prática ainda apresenta lacunas nos serviços oncológicos. Assim,
objetiva-se descrever a formação e os conhecimentos de enfermeiros para a
administração de quimioterápicos. Trata-se de um survey com abordagem
quantitativa, realizado em nível nacional com amostragem não probabilística por
meio da técnica bola de neve. Os participantes iniciais foram indicados por docentes
especialistas em enfermagem oncológica e, a partir deles, ampliou-se a rede de
respondentes. A amostra foi composta por 28 enfermeiros que atuam diretamente na
assistência oncológica ou em funções de gestão associadas à prática assistencial. A
coleta ocorreu entre dezembro de 2023 a maio de 2025 por meio de formulário
eletrônico com perguntas fechadas, cujos dados foram analisados por frequências
absolutas e relativas. A aprovação ética para a investigação encontra-se registrada
sob o número 68854823.8.0000.012. Predominaram os enfermeiros do estado de
Santa Catarina (64,4%); atuantes em instituição pública (67,9%); Unidades de
Assistência de Alta Complexidade (42,8%), e ambulatórios de quimioterapia (50%);
prestando atendimentos aos adultos (78,5%); na faixa dos 40-49 anos (50%); com
10-14 anos na atenção oncológica (28,6%). Dentre os achados positivos
destacaram-se: afastamento da administração dos quimioterápicos de grávidas
(96,4%); disponibilidade de Procedimento Operacional Padrão e kit para o
gerenciamento de derramamentos de quimioterápicos (96,4%); o não
esmagamento, quebras ou aberturas de cápsulas de medicamentos quimioterápicos
(57,1%) ou quando necessário em sistema de segurança biológica, classe II, tipo B2
(25%). Dentre os achados preocupantes destacaram-se: a não formação
especializada na área quando do início da atuação em quimioterapia (85,7%); a não
realização de exames periódicos antes do início das atribuições e uma vez a cada
12 meses (46,4%); participação em treinamento incluindo a contextualização geral
dos quimioterápicos (67,8%); caixa coletora de perfurocortantes para descarte dos
quimioterápicos com a tampa mantida aberta até seu preenchimento e coleta final
(21,4%); uso de avental descartável sem abertura na frente, com mangas longas e
punho ajustado (42,8%); troca dos aventais imediatamente após respingos ou
derramamentos (35,7%); lavagem de mãos antes e após a colocação de luvas
(85,7%); profissionais higienizam suas roupas potencialmente contaminadas em
casa (71,4%). A pesquisa evidenciou que a distância entre o conhecimento
técnico-científico e sua aplicação prática ainda representa um desafio nos serviços
oncológicos. Conclui-se que há necessidade de fortalecer a formação continuada
dos profissionais para o manuseio seguro de quimioterápicos e que a contratação de
profissionais com uma qualificação mínima contribuiria para melhor biossegurança e
redução dos riscos ocupacionais. |
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dc.description.abstract |
The handling of antineoplastic chemotherapeutic agents requires that nurses have
specific training, technical knowledge and commitment to safe practices, due to the
high toxicity of these substances and the occupational risks involved. Strict biosafety
measures, continuous monitoring of the health of professionals and adherence to
institutional protocols are essential to ensure worker protection and patient safety.
However, it is observed that this practice still presents gaps in oncology services.
Thus, the objective is to describe the training and knowledge of nurses for the
administration of chemotherapy agents. This is a survey with a quantitative approach,
carried out at a national (Brasil) level with non-probabilistic sampling using the
snowball technique. The initial participants (seed informants) were indicated by
professors specialized in oncology nursing and, from them, the network of
respondents was expanded. The sample consisted of 28 nurses who work directly in
oncology care or in management functions associated with care practice. Data
collection took place between December 2023 and May 2025 using an electronic
form with closed questions, and data were analyzed using absolute and relative
frequencies. Ethical approval for the study was registered under number
68854823.8.0000.012. Nurses from the state of Santa Catarina predominated
(64.4%); working in public institutions (67.9%); High Complexity Care Units (42.8%),
and chemotherapy outpatient clinics (50%); providing care to adults (78.5%); aged
40-49 years (50%); with 10-14 years in oncology care (28.6%). Among the positive
findings, the following stood out: removal of chemotherapy administration to pregnant
women (96.4%); availability of Standard Operating Procedure and kit for managing
chemotherapy spills (96.4%); not crushing, breaking or opening chemotherapy drug
capsules (57.1%) or when necessary in a biological safety system, class II, type B2
(25%). Among the worrying findings, the following stood out: lack of specialized
training in the area when starting to work in chemotherapy (85.7%); failure to perform
periodic exams before starting work and once every 12 months (46.4%); participation
in training including the general contextualization of chemotherapy drugs (67.8%);
sharps collection box for disposal of chemotherapy drugs with the lid kept open until
it is filled and final collection (21.4%); use of disposable apron without opening in the
front, with long sleeves and adjusted cuffs (42.8%); changing aprons immediately
after splashes or spills (35.7%); washing hands before and after putting on gloves
(85.7%); professionals sanitize their potentially contaminated clothing at home
(71.4%). The research showed that the gap between technical-scientific knowledge
and its practical application still represents a challenge in oncology services. It was
concluded that there is a need to strengthen the ongoing training of professionals for
the safe handling of chemotherapeutic agents and that hiring professionals with a
minimum qualification would contribute to better biosafety and reduction of
occupational risks. |
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