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As intoxicações medicamentosas representam um relevante problema de saúde
pública no Brasil e no mundo, especialmente entre a população idosa, cuja
vulnerabilidade é aumentada. O presente estudo teve como objetivo analisar a
prevalência das intoxicações medicamentosas em idosos com 60 anos ou mais no
estado de Santa Catarina, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023. Para
isso, foi realizado um estudo epidemiológico ecológico exploratório de séries
temporais, com dados provenientes do Centro de Informação e Assistência
Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), estratificados por faixa etária, sexo,
macrorregiões, classes de medicamentos e desfechos. O processamento e a análise
dos dados coletados foram realizados no software Statistics Data Analysis (STATA),
versão 16.1. Dos 1.298 casos analisados, a maioria das vítimas era do sexo
feminino (69,98%), predominando na faixa etária de 60 a 69 anos (64,23%). A
principal circunstância associada às intoxicações foi intencional (56,21%). Observouse um predomínio de intoxicações por medicamentos que atuam no sistema nervoso
(73,74%), destacando-se o clonazepam como o principal agente envolvido. Quanto à
gravidade, a maioria dos casos foi classificada como nula ou leve, não exigindo
internação hospitalar. Durante o período analisado, foram registrados 20 óbitos, dos
quais 18 estiveram diretamente relacionados à intoxicação medicamentosa,
enquanto 2 ocorreram por causas não relacionadas. Diante disso, o estudo reforça
aspectos como a importância da vigilância ativa, a revisão criteriosa das prescrições,
a implementação de estratégias preventivas voltadas ao uso racional de
medicamentos, bem como a segurança do paciente, sobretudo da população idosa. |
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