A Evolução da Mão de Obra Agropecuária no Oeste de Santa Catarina

Abstract

O trabalho analisa a evolução da mão de obra agropecuária no Oeste de Santa Catarina entre 1995 e 2017, com ênfase nas transformações fundiárias, produtivas e sociais que impactaram a ocupação rural na região. O objetivo do estudo é compreender como os processos de modernização agroindustrial, urbanização e migração influenciaram a dinâmica do trabalho no campo, com destaque para a agricultura familiar. Utiliza-se como método a análise de dados secundários oriundos dos Censos Agropecuários do IBGE, associados à revisão de literatura especializada sobre o tema. A investigação revela que, apesar da histórica predominância da pequena propriedade familiar, o modelo de integração agroindustrial induziu à especialização produtiva, à perda da diversidade e à exclusão de produtores não adaptados, resultando em um expressivo declínio da mão de obra ocupada no campo. A redução é mais acentuada entre mulheres e jovens, indicando uma masculinização e envelhecimento da população produtora. O estudo também evidencia que as relações de trabalho tornaram-se mais precárias, com aumento do uso de mão de obra externa e temporária. As microrregiões analisadas acompanham, em geral, esse padrão de retração, revelando os limites do modelo atual de desenvolvimento rural diante das exigências sociais e demográficas. A pesquisa conclui que a reconfiguração da força de trabalho rural no Oeste de Santa Catarina é marcada por desigualdades de gênero, faixa etária, e que as tendências de êxodo e envelhecimento impõem desafios significativos a sustentabilidade da agricultura familiar. Reforça-se a importância de políticas públicas que promovam a sucessão rural, a inclusão produtiva de jovens e mulheres, e o fortalecimento das redes de cooperação e estratégias de desenvolvimento territorial, como caminhos para reverter o processo de esvaziamento humano e produtivo do campo.

The study analyzes the evolution of agricultural labor in Western Santa Catarina between 1995 and 2017, with emphasis on land, productive, and social transformations that have impacted rural employment in the region. The aim of the study is to understand how the processes of agro-industrial modernization, urbanization, and migration have influenced the dynamics of rural labor, with a focus on family farming. The method used is the analysis of secondary data from the Agricultural Censuses of IBGE, combined with a review of specialized literature on the subject. The investigation reveals that, despite the historical predominance of small family farms, the agro-industrial integration model has led to productive specialization, loss of diversity, and exclusion of non-adapted producers, resulting in a significant decline in the rural workforce. The reduction is more pronounced among women and young people, indicating a masculinization and aging of the productive population. The study also shows that labor relations have become more precarious, with increased use of external and temporary labor. The microregions analyzed generally follow this pattern of retraction, revealing the limitations of the current rural development model in light of social and demographic demands. The research concludes that the reconfiguration of the rural workforce in Western Santa Catarina is marked by gender and age inequalities, and that the trends of rural exodus and aging impose significant challenges to the sustainability of family farming. It reinforces the importance of public policies that promote rural succession, productive inclusion of youth and women, and the strengthening of cooperation networks and territorial development strategies, as ways to reverse the process of human and productive depopulation in the countryside.