Abstract:
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A nefropatia por imunoglobulina A (NIgA), também conhecida como doença de Berger, é uma das formas mais comuns de glomerulonefrites primária em todo o mundo. Trata-se de uma doença renal autoimune, caracterizada pelo depósito anormal de IgA nos glomérulos, o que desencadeia uma resposta inflamatória local. Com isso, resulta em lesão progressiva dos glomérulos e comprometimento da função renal. A NIgA pode se manifestar de maneira assintomática ou com sinais como hematúria microscópica persistente, proteinúria elevada e redução da taxa de filtração glomerular (TFG), podendo acarretar na evolução para doença renal crônica. O manejo terapêutico da nefropatia inclui o uso de medidas não farmacológicas, focadas principalmente em modificações do estilo de vida, e intervenções farmacológicas, com destaque para os inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), imunossupressores, ou terapias imunomoduladoras, sendo que esses fármacos atuam principalmente na redução da proteinúria e na preservação da função renal. Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre as abordagens terapêuticas da NIgA, com foco na atuação farmacêutica no manejo clínico da doença. A metodologia empregada incluiu uma pesquisa exploratória e descritiva, utilizando publicações científicas disponíveis nas bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico, priorizando os estudos publicados dos últimos 15 anos. A revisão aborda as opções terapêuticas mais utilizadas no tratamento, e também as intervenções não farmacológicas. A atuação farmacêutica é destacada, principalmente na monitorização de parâmetros laboratoriais, como monitorização da TFG, hematúria e proteinúria, no qual ajuda para avaliar a eficácia do tratamento, o diagnóstico, ou ainda promovendo educação em saúde e a adesão ao tratamento, além de atuar no acompanhamento da farmacoterapia de maneira individualizada, visando otimizar a eficácia e segurança do tratamento. Assim, a revisão conclui que, embora existam diversas opções terapêuticas disponíveis, o tratamento da NIgA ainda apresenta muitos desafios, sendo a colaboração multidisciplinar essencial para o manejo eficaz e também para a prevenção da progressão para estágios mais avançados da doença. |