Fake News e Vieses Cognitivos: Como a desinformação econômica molda as percepções dos eleitores nos EUA

Abstract

Este trabalho tem como objetivo investigar como a disseminação de fake news, em especial aquelas de conteúdo econômico, influencia as percepções dos eleitores nas eleições presidenciais dos Estados Unidos a partir de 2016. Adotando uma abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, a pesquisa fundamenta-se em revisão bibliográfica e análise documental. A fundamentação teórica contempla conceitos da economia comportamental, como heurísticas, vieses cognitivos, efeito Dunning-Kruger e o conceito de phishing equilibrium, além de discutir o papel das redes sociais na propagação de desinformação. A análise documental considerou conteúdos de redes sociais, mídias digitais e discursos políticos, com foco em narrativas econômicas falsas ou distorcidas. O estudo identificou que a combinação entre desinformação e vieses cognitivos torna os eleitores mais suscetíveis à manipulação, especialmente quando expostos a conteúdos que confirmam crenças prévias ou que apresentam forte apelo emocional. A campanha presidencial de Donald Trump em 2016 exemplificou essas estratégias, utilizando microtargeting, retórica polarizadora e descredibilização da mídia tradicional para atingir públicos específicos, além de contar com o apoio de agentes externos que intensificaram a disseminação de conteúdos manipulativos. O estudo conclui que a desinformação econômica, potencializada por tecnologias digitais e algoritmos de recomendação, compromete a qualidade do debate público e representa um risco significativo para a integridade dos processos democráticos. Destaca-se a necessidade de políticas públicas voltadas à regulação das plataformas, à educação midiática da população e ao desenvolvimento de ferramentas tecnológicas de detecção automática de notícias falsas como formas de mitigar os efeitos negativos da desinformação.

This study aims to investigate how the spread of fake news, particularly those involving economic content, influences voter perceptions in the United States presidential elections starting in 2016. Adopting a qualitative, descriptive, and exploratory approach, the research is based on a literature review and document analysis. The theoretical framework covers concepts from behavioral economics, such as heuristics, cognitive biases, the Dunning-Kruger effect, and the phishing equilibrium concept, while also discussing the role of social media in spreading disinformation. The document analysis considered content from social networks, digital media, and political speeches, focusing on false or distorted economic narratives. The study found that the combination of disinformation and cognitive biases makes voters more susceptible to manipulation, especially when exposed to content that confirms preexisting beliefs or has strong emotional appeal. Donald Trump's 2016 presidential campaign exemplified these strategies by using microtargeting, polarizing rhetoric, and discrediting traditional media to reach specific audiences, while also relying on external actors who amplified the dissemination of manipulative content. The study concludes that economic disinformation, boosted by digital technologies and recommendation algorithms, compromises the quality of public debate and poses a significant risk to the integrity of democratic processes. The research highlights the need for public policies aimed at platform regulation, media literacy education for the population, and the development of technological tools for the automatic detection of fake news as strategies to mitigate the negative effects of disinformation.