Avaliação de diferentes métodos de armazenamento de amostras aplicados à coleta do coral invasor Tubastraea coccinea na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo

Abstract

Recifes brasileiros estão sendo invadidos pelo coral exótico Tubastraea coccinea conhecido por coral-sol. Estes corais ocupam a superfície dos recifes e impedem que espécies nativas tenham acesso ao substrato onde se fixam, causando graves danos à biodiversidade marinha local. Para estudar a invasão, grupos de pesquisadores de ciências do mar utilizaram métodos para avaliar padrões deste animal, dentre elas a determinação de ácidos graxos. Nessa metodologia analítica, se utiliza metanol para armazenar as amostras logo após a coleta e manter suas propriedades químicas até as determinações no laboratório. Visando uma metodologia que contribua com a Química Verde, este trabalho teve como propósito avaliar alternativas para armazenamento das amostras com uso de nitrogênio líquido e gelo seco. Os métodos alternativos foram comparados com armazenamento em metanol, o qual é empregado atualmente pelo grupo de pesquisa da invasão na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. As amostras foram secas por meio de liofilização, as frações lipídicas extraídas e derivatizadas em ésteres metílicos de ácidos graxos antes das determinações por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. As razões de áreas de pico médias dos analitos majoritários, nos corais, foram comparadas por meio de ANOVA. Os métodos também foram avaliados em seu valor verde por meio da ferramenta de química analítica verde AGREEprep® . Os resultados obtidos demonstraram que o método de coleta em gelo seco apresentou um melhor ganho dos critérios de química analítica verde, apesar de ser instável nos resultados avaliados estatisticamente, consequência atribuída ao excesso de etapas entre a coleta e a análise.