Escutar o corpo e dançar os sons: ensaiando o improviso no Tap Dance

Abstract

Este trabalho investiga a improvisação no tap dance, também chamado no Brasil de ?sapateado americano?, dança que combina movimento e som por meio de sapatos com chapinhas de metal, originada e desenvolvida nos Estados Unidos, tendo sido trazida ao Brasil a partir de meados do século XX. Como dançarina e pesquisadora, construo a partir de experiências em ensaios, treinos e rodas de tap dance envolvendo improvisação - vivências que ocorreram majoritariamente na cidade de Florianópolis, mas também em Nova York nos Estados Unidos, permitindo entrelaçar e analisar as formas de improvisar em cada contexto. Busca-se compreender como a improvisação é realizada, percebida e ensaiada, para assim refletir sobre os modos de dançar improvisando e pensar o improviso em diálogo com teorias da antropologia da dança, do corpo, da performance e com os estudos negros e afro-diaspóricos. A metodologia articula registros audiovisuais, sonoros e experiências corporais, combinados a uma escrita que dança e uma dança que pensa, aproximando supostas fronteiras entre corpo e teoria, som e movimento, improvisação e coreografia. A improvisação, neste contexto, é vista como forma de ampliar o entendimento sobre o próprio tap dance, bem como elemento central na sua construção cultural e em seus possíveis desdobramentos no tap dance.

Abstract: This work investigates improvisation in tap dance, also known in Brazil as ?sapateado americano?, a dance form that combines movement and sound through shoes with metal taps, originated and developed in the United States, tap dance was brought to Brazil from the mid-20th century onward. The field was constructed through experiences in rehearsals, training, and tap dance circles involving improvisation?practices that took place mainly in the city of Florianópolis, but also in New York in the United States - allowing to intertwine and canalyze the ways of improvisation in each context. It aims to understand how improvisation is performed, perceived, and taught, in order to reflect on the ways of dancing improvisation and to think improvisation in dialogue with theories from the anthropology of dance, the body, performance studies, and black and afro-diasporic studies. The methodology combines audiovisual and sound recordings with embodied experiences, along with a writing that dances and a dance that thinks, approaching supposed boundaries between body and theory, sound and movement, improvisation and choreography. In this context, improvisation is understood as a way to broaden the understanding of tap dance itself, as well as a central element in its cultural construction and in its possible developments within tap dance practice.