Abstract:
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Falamos em Música Popular Brasileira e, no entanto, só analisamos a letra, embora não exista algo que seja classificado como "letra popular brasileira". E isso ocorre não só na MPB como em todos os ramos da música popular, brasileira ou não. Em busca de uma fórmula que permitisse falar de ambas, já que siamesas inseparáveis, o presente trabalho, usando pressuposto teóricos de vários tipos - teoria literária, cultura de massa, semiologia/semiótica, lingüística, história da música e da MPB, linguagem musical, crítica musical, além de duas entrevistas com o próprio autor, faz uma análise das músicas-solo do compositor/cantor/instrumentista João Bosco. Para tanto criou uma terceira modalidade de língua, a língua cantada, e baseou a sua análise na escuta, conforme definida por Barthes e Havas. Mas elementos extra-textuais (considerando-se "textual", aqui, a música em realização), como capa de disco ou compact-disk, encartes, selos da censura, regravações e a maneira mesma de distribuir as composições no disco foram tomados como significativos. A letra foi encarada como elemento axial, procurando porém destacar as vozes todas - da humana à de cada instrumento - na composição da polifonia significativa de cada peça de música popular. |