Da banalização do sofrimento à sua re-significação ética na organização do trabalho /

Abstract

O estudo se caracteriza como investigação da área humano-social, exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. Foi realizado com 20 enfermeiras e 26 auxiliares de enfermagem de dois hospitais de Santa Maria- RS e em cinco unidades consideradas críticas: unidade de terapia intensiva, centro cirúrgico, pronto-atendimento, unidade e ambulatório de hemato-oncologia. A triangulação foi usada na coleta de dados, incluindo entrevista semi-estruturada, observação e formulário. Teve como problema a investigação acerca dos efeitos que a organização do trabalho e os eventos situacionais provocam na vida dos trabalhadores e como objetivos a caracterização das unidades críticas, a identificação destes eventos vivenciados pelos trabalhadores e a repercussão no modo de enfrentamento do sofrimento. A tese defendida foi que a organização do trabalho, e eventos situacionais específicos, decodificados ou não, experenciados individual ou coletivamente em unidades críticas produzem efeitos sobre o modo de enfrentamento do sofrimento. Esses modos se apresentaram através da utilização de mecanismos de defesa como a negação e a sublimação ou da banalização do sofrimento, quando os trabalhadores fazem de conta que nada está acontecendo ou, de outra forma, que os acontecimentos eram sempre esperados e não requeriam tomadas de atitudes.