Abstract:
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A incidência mundial do câncer cervical tem diminuído devido principalmente aos esforços do diagnóstico precoce. Entretanto, as taxas de incidência e mortalidade brasileiras encontram-se entre as mais elevadas do mundo, denunciando falhas nas atividades de prevenção. Com base nisto, no período de 18 de agosto a 30 de setembro de 1998, foi realizada, em Santa Catarina, a fase de intensificação do Programa Nacional de Combate ao Câncer de Colo Uterino, que iniciou com uma chamada, principalmente através da mídia, à mulher de 35 a 49 anos, preferencialmente àquela que nunca tivesse realizado o exame Papanicolaou, para fazê-lo nos postos de saúde públicos. Esta dissertação objetiva avaliar este Programa em relação à proporção de mulheres atingidas pela chamada, quantificar a prevalência das lesões escamosas cervicais e descrever as características de uma amostra de mulheres residentes na Grande Florianópolis, através de um questionário auto-aplicado. Atenderam ao chamado 68.083 mulheres correspondendo a 14,4% da população catarinense e a 18,15% da população estimada que utiliza o Sistema Única de Saúde - SUS, nesta faixa etária. Apenas 8.841 mulheres (12,98%) responderam que não tinham realizado exame antes, correspondendo a 5,89% da população estimada que nunca o tinha realizado. Das mulheres que o realizaram (37.894, isto é, 55,65%), 27.316 (72,09%) obtiveram laudo normal e 22.330 (58,93%) realizaram o exame em menos de 3 anos. Foi diagnosticado um total de 1,86% de lesões escamosas cervicais. Responderam ao questionário 2.378 mulheres, dentre as quais, 1761 (74,05%) iniciaram sua atividade sexual antes dos 21 anos, 1636 (68,8%) tiveram em sua vida um só parceiro e 1498 (62,99%) nunca fumaram. O presente estudo mostrou que a cobertura da população alvo ficou aquém do esperado e que a meta em realizar o exame, principalmente nas mulheres que nunca o realizaram, não foi alcançada, sugerindo que esta população já regularmente o realiza. A prevalência das lesões cervicais escamosas ficou abaixo dos valores citados na literatura. Os resultados do questionário sugerem que estas mulheres não estão muito expostas aos fatores de risco para este tipo de câncer. As verificações deste trabalho fornecem um conjunto de informações que podem auxiliar nas ações de prevenção e controle da neoplasia cervical à população feminina estadual. |