Abstract:
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À sempre poeta Josefina Plá, o destino ofereceu diversas tarefas a partir do encontro hispano-guarani: crítica, teatro, jornalismo, ensaio, narrativa e artes plásticas. O ñanduti é poesia, afirma La española de América, é a imagem híbrida em sua esplendorosa estética. Enquanto este produto permanecer mudo, é a arte pela arte. Porém quando esta imagem cobra voz, fala em yopará, já não parece poesia, não a aceitamos por ser a voz que denuncia o desparelho, o irregular, o injusto. Contudo, Josefina Plá encontrou nos microsignos do logotipo paraguaio seu código de mensagens, ela dá voz ao seu silêncio e revela seu labirinto. É possível que a supressão da dicotomia entre arte culta e arte popular possa revelar a clave do ñanduti, para Josefina Plá parece que sim, e desde que destituído do elemento arcaico que leva incutido, quando reduzido a mero produto típico. Visto assim, o objeto cultural permite especular sobre sua potencialidade como processo massivo de circulação de mensagens; um espaço próprio de imagens e formas capazes de refletir diversas interações, encruzilhadas e mutações entre a tradição local e a modernidade. A cosmovisão de Josefina Plá sobre o ñanduti oferece a oportunidade de pensar, se desligado do seu caráter folclórico, este artesanato não se aproximaria do sentir (ñandu) que incentivou o povo paraguaio a adota-lo como objeto emblemático, por representar, não somente seu passado, mas seu cotidiano. Uma artista como Josefina Plá, é capaz de perceber a cultura como fragmento e transculturação. Neste sentido estudar sua obra pode contribuir para o contexto do que significa escrever, em, e sobre o híbrido Paraguai |