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O desenvolvimento de soluções extrativas visando a elaboração de fitoterápico exige um estudo multidisciplinar caracterizado pela pesquisa no campo da botânica, etnofarmacologia, fitoquímica, tecnologia e biologia. A espécie Lippia alba (Mill.) N. E. Brown ex Britt. & Wils. da família Verbenaceae, popularmente conhecida como erva-cidreira, falsa melissa e outros, é muito utilizada em todo o Brasil, principalmente como antiespasmódica, sedativa e calmante. Num extensivo levantamento bibliográfico sobre o gênero Lippia, buscou-se informações que forneçam subsídios para o planejamento dos estudos tecnológicos, fitoquímicos e biológicos, analisando-se 95 citações bibliográficas referentes a 58 binômios científicos. Os dados sobre nomenclatura botânica (e sinonímias científicas) e sobre os constituíntes químicos de espécies do gênero foram sistematizados, verificando-se a predominância de trabalhos sobre os constituintes voláteis das plantas, além daqueles sobre flavonóides que aparecem com relativa freqüência em espécies do gênero. Informações sobre iridóides, verbascosídeos, fenilpropanóides, quinonas e outras substâncias menos freqüentes também foram encontradas. Constatou-se confusão quanto à denominação científica das espécies de Lippia devido a falta de uniformidade no uso de binômios válidos, gerando um grande número de sinonímias, que podem dificultar estudos posteriores. O estudo tecnológico de soluções extrativas (SEs) hidroalcoólicas a 70, 80 e 90% obtidas por maceração (SEM) e percolação (SEP) incluiu a caracterização da matéria-prima e soluções extrativas, com o objetivo de contribuir para a otimização do processo extrativo. Os resultados confirmam as observações de trabalhos anteriores, onde o teor de resíduo seco (RS) e o teor de flavonóides totais (FT) apresentaram uma relação inversa. Os FTs para as SEs a 90% são os mais altos nas soluções analisadas. Estas soluções foram testadas frente à ação anticonvulsivante, nos modelos da convulsão induzida por pentilenotetrazol (PTZ) e eletrochoque máximo (ECM). Na análise fitoquímica de L. alba, obteve-se frações purificadas a partir do fracionamento de uma SEM80%, com o auxílio do monitoramento farmacológico. O grupo de substâncias que pode servir de marcador químico (SBN4-C) é composto de uma mistura de 4 substâncias, separadas por CLAE, necessitando ainda serem caracterizadas e identificadas. Resultados promissores foram obtidos, na análise da atividade antimicrobiana sobre S. aureus, com a SEM80% e suas frações acetato de etila e n-butanol. SEM40% e SEM80% foram testadas quanto à atividade antinociceptiva, sendo que a de 40% demonstrou melhor atividade. As preparações testadas quanto a ação anticonvulsivante foram a SEM80%, sua fração n-butanólica, subfrações originadas desta (precipitado e sobrenadante), e subfrações separadas do sobrenadante através de uma coluna de Sephadex LH-20 (SBN4-C e SBN4-D). Também foram testadas a SEM90% e SEP90%, resultantes do desenvolvimento tecnológico. A dose de 0,05 mg/Kg para a fração SBN4-C apresentou o melhor resultado no modelo de convulsão induzida por PTZ. Neste mesmo modelo, a SEM90% e a SEP90% mostraram os melhores resultados a partir da dose de 200 mg/Kg, para a maioria dos parâmetros avaliados. O modelo do PTZ foi considerado o método mais adequado para a avaliação da atividade anticonvulsivante de preparações extrativas a partir de folhas de L. alba e suas frações. |
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