Abstract:
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Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa do tipo descritiva, cujo objetivo foi caracterizar aspectos do estilo de vida e determinar os estágios de mudança de comportamento (EMC) para atividade física em mulheres catarinenses de 18 a 65 anos e de três origens étnico-culturais (açoriana, italiana e alemã). A amostra foi constituída por 273 sujeitos, sendo 91 de cada grupo étnico- cultural. Na coleta de dados foi utilizada um entrevista estruturada a fim de obter informações sócio- demográficas, do estilo de vida , nível de atividade física habitual, aspectos alimentares, além da investigação dos EMC. Os dados obtidos foram tabulados em uma planilha eletrônica do programa Epi-Info (versão 6.04b) e analisados no programa Simstat for Windows (versão1.21). Utilizou-se na análise os seguintes procedimentos: tratamento descritivo, análise de variância (Anova one- way), teste de Scheffée e teste de associação Qui-quadrado, adotando-se um nível de significância de 5%. Quanto às características sócio-demográficas dos sujeitos investigados, verificou-se que: grande parte das mulheres (60,5%; 164) são casadas, 37% (101) não concluíram o ensino fundamental, 62% (169) tem ocupação remunerada e 75% (205) são das classes B e C (critérios ABA/ ABIPEME). Quanto ao estilo de vida, verificou-se que:83,2% (227) das mulheres nunca fumaram; apenas 20,9% (57) ingere bebidas alcóolicas; 13,9% (38) apresentam-se freqüentemente com níveis elevados de estresse; e , 75,9% (207) consideram o nível pessoal de saúde bom ou excelente. A proporção de mulheres etilistas foi significativamente (p<0,05) menor entre as açorianas. Os resultados permitiram concluir que o EMC para atividade física não diferiu significativamente entre os grupos étnico-culturais e nem entre as faixas etárias (18-34; 35-49 e 50-65 anos) consideradas. Entretanto, foi verificado que cerca de 78% (213) das mulheres entrevistadas, independente da origem e da faixa etária foram classificadas nos estágios de ação e manutenção. A associação entre EMC para atividades físicas e estilo de vida foi significativa (p<0,05) apenas em relação a variável percepção do nível de estresse. Com relação à atividade física, as mulheres do grupo açoriano possuem um menor gasto energético absoluto em todos os aspectos analisados (trabalho, lar, transporte e lazer), exceto no aspecto relacionado ao lazer ativo. O gasto energético absoluto no lazer ativo das mulheres entrevistadas dos três grupos apresentaram índices baixos, podendo-se considerá-las como sedentárias e com maiores riscos para a saúde. Quando se comparou o gasto energético nos diferentes EMC, verificou-se um gasto energético maior em todos os parâmetros nos estágios de ação e manutenção; entretanto, não foram gastos energéticos desejáveis para provocar benefícios à saúde (>1.000 kcal/semana). |