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No primeiro capítulo, procuro a emergência, no final deste século de idéias para enfrentar a crise econômica vivenciada no âmbito nacional e por Santa Catarina. O Estado viveu em 1983 uma grande enchente que arrasou ainda mais seu território e sua economia. A partir deste episódio, o então governador Esperidião Amin, propõe-se a dar nova vida econômica ao Estado e, como saída para a crise, inicia a estimulação do turismo. Era preciso aproveitar as características de cada local e, cada vez mais, a partir de então, incrementar o turismo, que passou a fazer parte das agendas dos governantes, desde a esfera municipal até organismos internacionais. As pesquisas desenvolvidas apontam o turismo como um setor da economia globalizada e terceirizada de grande saída para uma maior arrecadação e, como argumentam seus defensores, uma forma de trazer "benefícios para todos". Unem-se ao criar a "indústria do turismo", políticas públicas e iniciativas privadas, numa frenética busca para vender o Estado como "produto turístico" e concorrer (ou sobreviver) no mercado mundial. No segundo capítulo analisamos o processo de produção das imagens da cidade visibilizada por e para o turismo, pelos órgão governamentais, iniciativas privadas, artistas, escritores e os fazedores do turismo - a partir deste novo objetivo, deste novo filão da economia. Discutimos estas imagens manifestando-se como uma estratégia de marketing empreendida para a venda deste produto, assim como as condições políticas que a viabilizaram, motivaram e lhe deram ressonância bem como a construção de um imaginário local pelo qual a cidade é positivamente representada. Utilizamos o material selecionado para mostrar as falas que o discurso assume no intuito de "inventar" discursivamente as praias de Florianópolis. Como último capítulo, mostramos o momento em que os nativos manézinhos - descendentes de açorianos - habitantes nativos da Ilha ganham relevância. Sua imagem é re-significada, positivada, assim como procuram inventar uma história para a cidade. O reinventar da tradição, o reavivar da saga dos imigrantes, das raízes e da tradição, objetivam consolidar a história atrativa da cidade. Uma imagem que é aos poucos criada para o turismo e subverte tempo e espaço, cria e recria. Uma imagem que busca as histórias que a cidade guarda, seus lugares espetaculares, suas lendas, sua arte e seus mitos, misturados ao cotidiano em uma enorme teia onde banal, efêmero, imediato, único e mágico se envolvem formando o grande produto de consumo da cidade turística tornada espetáculo. |
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