Abstract:
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Reflexão acerca da crise paradigmática "ciência & desenvolvimento X meio ambiente", denunciando a obsolescência do modelo racionalista-cartesiano no planejamento e gestão urbana. Através do zoneamento funcional da cidade, este modelo trata o lazer como função contemplativa, em espaços distantes da habitação, sujeitos ao descaso, sem incentivos de utilização, e expresso em projetos que negligenciam a interação com o meio ambiente. Assim, os parques urbanos são mais uma das faces insustentáveis de urbanidade. Desta problemática, retomamos as contribuições recentes acerca de Ambiente e Desenvolvimento, na busca por uma alternativa mais sustentável. O Ecodesenvolvimento emerge como uma importante abordagem, e dá o sentido do que é "sustentabilidade": refere-se, além da dimensão ambiental, às dimensões econômica, social e cultural. O atendimento destas dimensões numa nova abordagem para a cidade encontra no ecossistemismo um refinamento teórico que nos faz entender melhor a interação dos sistemas natural e antrópico no meio urbano, e, a partir daí, dá um papel distinto para as áreas verdes, para a manutenção e resgate do equilíbrio ecossistêmico, além de lazer. Com base nestas referências teóricas, analisamos o caso de Curitiba - PR, que surge como uma tentativa dita sustentável e participativa. Apesar do reconhecimento internacional, a "sustentabilidade" do processo de criação de áreas verdes da cidade revelou-se frágil, não apresentando bases teóricas ou comprovações científicas de sucesso; um modelo que não só não se consolidou, como repete valores intrínsecos ao paradigma anterior |