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A mamite e as parasitoses são problemas recorrentes na bovinocultura leiteira. A terapêutica convencional é onerosa e determinante de contaminações ambientais, problemas de saúde pública pela presença de seus resíduos, além de causar prejuízos na indústria por interferir os processos de fabricação de derivados lácteos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o uso de terapêutica homeopática, bioterápicos e fitoterápica no controle sanitário de um rebanho leiteiro comparado com o sistema alopático utilizado na maioria das propriedades leiteiras do Estado de Santa Catarina, Brasil. Com este propósito, 28 vacas da raça Holandês criadas em sistema de semi-estabulação em uma propriedade localizada no Alto Vale do Itajaí foram distribuídas em dois tratamentos: homeopatia, bioterápicos e fitoterapia (T1) e testemunha (T2). Não foi observada diferença significativa (P=0,98) entre os tratamentos nas médias de produção de leite durante os onze meses de avaliações, observando-se 20,15 Kg/dia para T1 e 20,35 Kg/dia para T2. Com relação à Contagem de Células Somáticas (CCS), T1 apresentou média de 779.067células/mLe T2 de 463.567células/mL (p=0,07). Do início do período de avaliações até a quinta leitura, inclusive, os valores de CCS foram mais altos no T1, o que era de se esperar em função da agravação que ocorre quando se inicia um tratamento homeopático, pela reação do organismo ao reconhecer a presença do princípio energético do agente causal no medicamento ingerido. Não foi observada diferença significativa entre tratamentos na freqüência de vacas com Teste Califórnia para Mastite (CMT) positivo (P=0,15). Também não foi observada diferença significativa entre os tratamentos na infestação por ectoparasitas (contagem do nº de teleógenas, mosca-dos-chifres e berne) ou endoparasitas (medida por opg), nem no escore de condição corporal. Como os tratamentos não diferiram significativamente quanto às variáveis estudadas analisadas isoladamente ou em conjunto, optou-se pela inclusão de análise exploratória multivariada através de métodos de ordenação e análise de agrupamento. Assim, formaram-se 3 grupos de acordo com o comportamento observado nas variáveis estudadas. O grupo 1 se diferencia dos demais por ser constituído por 6 vacas que foram eliminadas do experimento até a 6ª leitura por apresentarem problemas, que determinaram seu descarte por parte da administração. O grupo 2 é formado por 4 vacas que apresentaram durante todo o período valores de CCS muito elevado, oscilando entre 1.102.000/mL e 1.870.000/mL com média de 1.374.000/mL. Apesar de apresentar CCS elevados, a produção de leite foi de 18,6 kg/dia. O grupo 3 compreende o maior número de vacas (18). Estas apresentaram boa produção leiteira (21,5 Kg/dia), mantendo-se elevada ao longo de todo o período e com pouca oscilação (16,7 a 29,1 Kg/dia). A CCS manteve-se baixa (292.000/mL), se comparada com os demais grupos, oscilando entre 50.000 e 914.000/mL. T1 apresentou um custo equivalente a 41,47% de T2. Os dados permitem concluir que o controle sanitário em um rebanho leiteiro de alta produção pode ser feito através do uso de homeopatia, bioterápicos e fitoterapia em substituição aos medicamentos alopáticos, com redução nos custos de produção, sem comprometer o desempenho produtivo e sem os riscos da contaminação do leite por resíduos. |
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